A MORDER OS CALCANHARES DO PODER

sábado, fevereiro 26, 2005

Guerra Suja.

06_07_04_DU

sexta-feira, fevereiro 25, 2005

A edição on-line, de hoje, do Público, dá conta da possibilidade de Santana Lopes poder vir a regressar à presidência da Câmara Municipal de Lisboa, e passo a citar:
"Questionado sobre um eventual regresso à presidência da Câmara de Lisboa quando cessar as funções de primeiro-ministro - em que será substituído pelo secretário-geral do PS, José Sócrates -, Santana Lopes respondeu que quer pensar para não tomar "decisões precipitadas".
Mas afinal que bandalheira vem a ser esta?
Que pouca vergonha!
Pensará este senhor que pode fazer o que lhe der na real gana?
O Estado não é uma qualquer quinta de um amigo, para onde se pode voltar consoante os apetites.
Tenha o mínimo de decência e respeito pelos tão mal tratados cidadãos deste país, principalmente por aqueles desafortunados desempregados que vivem com mil e uma dificuldades e desapareça de vez da nossa vista!
CHEGA!!! Estamos fartos destes parasitas!

Confissões de um assassino económico

Como os Estados Unidos utilizam a globalização para defraudar os países pobres em triliões de dólares
entrevista de John Perkins [*]


Estamos a falar com John Perkins, um ex-membro respeitado da comunidade de negócios na banca internacional. No livro " Confissões de um Assassino Económico" (Confessions of an Economic Hit Man), ele descreve como, enquanto profissional altamente bem pago, ajudou os Estados Unidos a defraudar em triliões de dólares países pobres do globo inteiro, emprestando-lhes mais dinheiro do que aquilo que eles podiam alguma vez pagar para depois se apossar das suas economias. [inclui reprodução sem correcções]

John Perkins descreve-se a si próprio como um ex-assassino económico – um profissional altamente remunerado que defraudou em triliões de dólares países do mundo inteiro.

Há 20 anos que Perkins começou a escrever um livro com o título inicial de "Consciência de um Assassino Económico" (Conscience of an Economic Hit Man).

Perkins escreve, “Estava para dedicar este livro aos presidentes de dois países, homens que haviam sido seus clientes, que eu respeitava e considerava serem espíritos idênticos – Jaime Roldós, presidente do Equador, e Omar Torrijos, presidente do Panamá. Ambos morreram há pouco tempo em explosões aéreas. A morte deles não foi acidental. Foram assassinados porque se opuseram àquela fraternidade dos dirigentes das grandes companhias, do governo e da banca, cujo objectivo é o império global. Nós, os Assassinos Económicos não conseguimos persuadir Roldós e Torrijos, e o outro tipo de homens de golpe, os chacais sancionados pela CIA, que estavam sempre por trás de nós, entraram em acção.

John Perkins continua: “Eu fui convencido a deixar de escrever este livro. Recomecei-o mais de quatro vezes durante os vinte anos seguintes. Em todas as ocasiões, a minha decisão de voltar a começar foi influenciada pelos acontecimentos mundiais da época; a invasão do Panamá em 1980, a primeira guerra do Golfo, a Somália e a revolta de Osama Bin Laden. No entanto, as ameaças ou os subornos acabaram sempre por me convencer a parar”.

Mas finalmente Perkins publicou agora a sua história. O livro intitula-se Confessions of an Economic Hit Man. John Perkins está connosco aqui nos nossos estúdios de Firehouse. Ele trabalhou de 1971 a 1981 na firma internacional de consultoria de Chas T. Main onde era um “assassino económico”, como se descreve a si próprio. É o autor do recente livro Confessions of an Economic Hit Man.




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AMY GOODMAN: John Perkins está connosco aqui no nosso estúdio Firehouse. Bem-vindos ao programa Democracy Now!

JOHN PERKINS: Obrigado, Amy. É óptimo estar aqui.

AMY GOODMAN: É bom tê-lo aqui connosco. Vamos, explique-nos esta expressão, “assassino económico” (economic hit man), e.h.m., como lhe chama.

JOHN PERKINS: Basicamente aquilo para que somos treinados e aquilo a que o nosso trabalho se destina é construir o império americano. Provocar... criar situações em que a maior parte possível dos recursos convirjam para este país, para as nossas companhias, e para o nosso governo e, na verdade, temos sido muito bem sucedidos. Construímos o maior império da história do mundo. Isto tem vindo a ser feito durante os últimos 50 anos desde a II Guerra Mundial, de facto com muito pouco poder militar. Só em ocasiões muito raras como no Iraque é que os militares aparecem como último recurso. Este império, ao invés de qualquer outro na história universal, foi construído principalmente através da manipulação económica, através da burla, através da fraude, através da atracção das pessoas para o nosso modo de vida, através dos assassinos económicos. Eu tomei parte nisso em grande medida.

AMY GOODMAN: Como é que se tornou num deles? Para quem trabalhou?

JOHN PERKINS: Bem, inicialmente fui contratado quando estava na business school, nos finais dos anos sessenta, pela National Security Agency, a maior mas menos bem conhecida organização de espionagem; mas por fim trabalhei em empresas privadas. O primeiro verdadeiro assassino económico surgiu nos princípios dos anos 50, Kermit Roosevelt, neto de Teddy, que derrubou o governo do Irão, um governo democraticamente eleito, o governo de Mossadegh que tinha sido a pessoa do ano da revista Time; e foi tão bem sucedido em fazer isso sem derramamento de sangue... bem, houve algum derramamento de sangue, mas não houve intervenção militar, apenas se gastaram milhões de dólares e substituiu-se Mossadegh pelo Xá do Irão. Nessa altura, percebemos que esta ideia de assassino económico era muitíssimo boa. Não tínhamos que nos preocupar com a ameaça de guerra com a Rússia se o conseguíssemos fazer desta maneira. O problema era que desta forma Roosevelt passava a ser um agente da CIA. Ele era um funcionário do governo. Se fosse apanhado, ficávamos metidos num grande sarilho. Ia ser muito constrangedor. Por isso, nessa altura, a decisão foi utilizar organizações como a CIA e a NSA para recrutar potenciais homens de golpe económico como eu e depois colocá-los a trabalhar em companhias privadas de consultoria, empresas de engenharia, companhias de construção para que, se fôssemos apanhados, não pudesse haver ligação com o governo.

AMY GOODMAN: Bom. Fale-nos da companhia onde trabalhava.

JOHN PERKINS: Bem, a companhia onde trabalhava era uma companhia chamada Chas. T. Main em Boston, Massachusetts. Éramos cerca de 2 000 empregados, e eu fui nomeado economista chefe. Acabei por ter cinquenta pessoas a trabalhar para mim. Mas o meu verdadeiro trabalho era fazer negócios. Ou seja, conceder empréstimos a outros países, empréstimos gigantescos, muito maiores do que aquilo que eles algum dia podiam pagar. Uma das condições do empréstimo... digamos, mil milhões de dólares para um país como a Indonésia ou o Equador... e depois esse país tinha que pagar noventa por cento desse empréstimo a uma companhia americana, ou companhias americanas, para construir infra-estruturas – uma Halliburton ou uma Bechtel. Estas eram as maiores. Depois essas companhias iam para lá e construíam um sistema de electricidade ou portos ou auto-estradas que basicamente serviam apenas algumas das mais ricas famílias desses países. Em última análise, a gente pobre desses países ficava afogada nesta espantosa dívida que nunca poderia pagar. Hoje, um país como o Equador deve mais de cinquenta por cento do seu orçamento nacional só para pagar a sua dívida. E claro que não consegue fazê-lo. Por isso, temo-los literalmente em cima dum barril. Assim, quando queremos mais petróleo, vamos ao Equador e dizemos, “Olhem, vocês não conseguem pagar a vossa dívida, portanto, dêem às nossas companhias petrolíferas as florestas tropicais do Amazonas, que estão repletas de petróleo.” E hoje chegamos lá e destruímos as florestas tropicais do Amazonas, forçando o Equador a entregá-las porque acumularam toda essa dívida. Assim, fazemos estes grandes empréstimos, a maior parte deles volta para os Estados Unidos, o país fica com a dívida mais imensos juros e, na prática, tornam-se nossos criados, nossos escravos. É um império. Não há dúvidas quanto a isto. É um império monstruoso. Tem sido extremamente bem sucedido.

AMY GOODMAN: Estamos a conversar com John Perkins, autor de Confessions of an Economic Hit Man. Você diz que, por causa de subornos e por outras razões, deixou de escrever este livro durante muito tempo. O que é que quer dizer com isso? Quem tentou suborná-lo ou quem... que subornos é que aceitou?

JOHN PERKINS: Bem, nos anos noventa aceitei um suborno de meio milhão de dólares para não escrever o livro.

AMY GOODMAN: De quem?

JOHN PERKINS: De uma das maiores companhias de construção civil.

AMY GOODMAN: Qual delas?

JOHN PERKINS: Legalmente falando, não era... a Stoner-Webster. Legalmente falando não foi um suborno, foi... um pagamento por eu ser consultor. Foi tudo muito legal. Mas no fundo eu não fazia nada. Era um entendimento, como expliquei nas Confessions of an Economic Hit Man, que estava... para mim estava... estava implícito, quando aceitei este dinheiro como consultor, que eu não teria muito trabalho, mas não podia escrever quaisquer livros sobre o assunto, pois eles tinham conhecimento que eu estava a escrever este livro, a que nessa altura eu chamava 'Conscience of an Economic Hit Man'. E devo dizer-lhe, Amy, que é uma história extraordinária do ponto de vista de ... É quase à James Bond, na verdade. E eu quero dizer...

AMY GOODMAN: Bem, de facto é como se lê o livro.

JOHN PERKINS: Pois, era mesmo, não era? Quando a National Security Agency me contratou, fizeram-me testes num detector de mentiras durante um dia inteiro. Descobriram todos os meus pontos fracos e seduziram-me imediatamente. Utilizaram as drogas mais fortes da nossa cultura, o sexo, o poder e o dinheiro para me dominarem. Eu venho duma família muito antiga de New England, calvinista, mergulhada em valores morais espantosamente fortes. Sabe, eu acho que de uma forma genérica sou uma boa pessoa e penso que a minha história mostra verdadeiramente como este sistema e estas poderosas drogas do sexo, do dinheiro e do poder podem seduzir as pessoas, porque eu fui mesmo seduzido. E se eu não tivesse vivido esta vida de assassino económico, acho que teria passado um mau bocado só de pensar que havia quem fizesse estas coisas. E foi por isso que escrevi este livro, porque o nosso país precisa mesmo de perceber, se as pessoas desta nação percebessem o que é a nossa política internacional, o que é a ajuda internacional, como trabalham as nossas empresas, para onde vai o dinheiro dos nossos impostos, tenho a certeza de que exigiriam uma mudança.

AMY GOODMAN: No seu livro, fala de como ajudou a implementar um esquema secreto para recambiar para a economia americana milhares de milhões de dólares dos petrodólares da Arábia Saudita, e para posteriormente cimentar a estreita relação entre a Casa de Saud e as sucessivas administrações dos Estados Unidos. Explique isto.

JOHN PERKINS: Sim, foi uma época fascinante. Lembro-me bem, você é que devia ser demasiado jovem para se lembrar, mas eu lembro-me bem de como, no princípio dos anos setenta. a OPEP exercia o poder que tinha e cortou o fornecimento de petróleo. Os nossos carros faziam fila nos postos de gasolina. O país estava com medo de se encontrar noutra crise de colapso-depressão tipo 1929; e isto era inaceitável. Então, eles – o Departamento do Tesouro, contrataram-me a mim e a outros homens de golpe económico. Fomos para a Arábia Saudita. Nós...

AMY GOODMAN: Vocês intitulavam-se mesmo assassinos económicos... e.h.m.'s?

JOHN PERKINS: Sim, era um termo cifrado com que nos tratávamos a nós próprios. Oficialmente, eu era um economista chefe. Tratávamo-nos a nós próprios e.h.m.'s. Era cifrado. Era como se, ninguém ia acreditar em nós se disséssemos isto, não acha? E então, fomos para a Arábia Saudita no princípio dos anos setenta. Sabíamos que a Arábia Saudita era a chave para eliminar a nossa dependência, ou para controlar a situação. E trabalhámos nesse negócio segundo o qual a Casa Real de Saud concordava em enviar a maior parte dos seus petrodólares para os Estados Unidos e investi-los nas acções do governo dos Estados Unidos. O Departamento do Tesouro utilizava os juros destas acções para contratar companhias americanas para a construção de novas cidades na Arábia Saudita, de novas infra-estruturas... o que cumprimos. E a Casa de Saud concordava em manter o preço do petróleo dentro de limites aceitáveis para nós, o que eles têm feito durante todos estes anos, e nós concordávamos em manter a Casa de Saud no poder enquanto eles cumprissem isso, o que cumprimos, e que é uma das principais razões por que entrámos em guerra com o Iraque. E no Iraque tentámos implementar a mesma política que tinha sido tão bem sucedida na Arábia Saudita, mas Saddam Hussein não foi na conversa. Quando os homens de golpe económico falham neste cenário, o passo seguinte são os chacais, como lhes chamamos. Os chacais são pessoas sancionadas pela CIA que chegam e tentam fomentar um golpe ou uma revolução. Se isso não resultar, passam aos assassinatos ou tentam fazê-lo. No caso do Iraque, não conseguiram chegar até Saddam Hussein. Ele tinha... Os guarda costas eram bons demais. Ele tinha duplos. Não conseguiram chegar até ele. Então, quando os homens de golpe económico e os chacais falham, a terceira linha de defesa, a linha de defesa seguinte são os nossos rapazes e raparigas que são enviados para morrer e para matar, que é sem dúvida o que estamos a fazer no Iraque.

AMY GOODMAN: Pode explicar como é que Torrijos morreu?

JOHN PERKINS: Omar Torrijos, o presidente do Panamá. Omar Torrijos tinha assinado o Tratado do Canal com o Carter muito... e, sabe, passou no congresso por apenas um voto. Era uma questão altamente polémica. Mas depois Torrijos seguiu em frente e negociou com o Japão a construção de um canal ao nível do mar. Os japoneses queriam financiar e construir no Panamá um canal ao nível do mar. Torrijos conversou com eles sobre isto, o que muito aborreceu a Corporation Bechtel, cujo presidente era George Schultz e o advogado sénior era Casper Weinberger. Quando Carter foi corrido (e esta é uma história interessante... como é que isso aconteceu na realidade), quando ele perdeu as eleições, e entrou Reagan e Schultz veio da Bechtel para secretário de Estado, e Weinberger veio da Betchel para secretário da Defesa, estavam todos muito irritados com Torrijos... tentaram convencê-lo a renegociar o Tratado do Canal e a não falar com os japoneses. Ele recusou obstinadamente. Era um homem de princípios. Tinha os seus problemas, mas era um homem de princípios. Era um homem extraordinário, Torrijos. E então, morreu numa explosão do avião, que foi provocada por um gravador com explosivos lá dentro, que... eu estava lá. Tinha estado a trabalhar com ele. Eu sabia que nós, os assassinos económicos, havíamos falhado. Eu sabia que os chacais estavam a cercá-lo e, logo a seguir, o avião explodiu com uma bomba dentro de um gravador. Não tenho a menor dúvida que foi com a sanção da CIA e mais... a maior parte dos investigadores da América latina chegaram à mesma conclusão. Claro, nunca se ouviu falar de tal coisa no nosso país.

AMY GOODMAN: Então, onde... quando é que se deu a sua mudança?

JOHN PERKINS: Sempre senti um sentimento de culpa, mas deixei-me seduzir. O poder destas drogas, o sexo, o poder e o dinheiro, era forte demais para mim. E, claro, eu estava a fazer coisas para as quais tinha sido estimulado com pancadinhas nas costas. Eu era economista chefe. Eu estava a fazer coisas de que Robert McNamara gostava e por aí fora.

AMY GOODMAN: Até que ponto era a sua relação de trabalho com o Banco Mundial?

JOHN PERKINS: Muito, muito próxima com o Banco Mundial. O Banco Mundial fornece a maior parte do dinheiro que é utilizado pelos assassinos económicos, ele e o FMI. Mas, quando houve o atentado de 11 de Setembro, senti um choque. Percebi que tinha que contar a história porque aquilo que aconteceu no 11 de Setembro é o resultado directo do que os assassinos económicos têm vindo a fazer. E a única maneira de nos virmos a sentir outra vez em segurança neste país e de nos virmos a sentir bem connosco próprios é utilizarmos estes sistemas que implementámos para criar uma mudança positiva em todo o mundo. Estou convencido que podemos fazer isso. Acho que é possível dar a volta ao Banco Mundial e a outras instituições para fazerem aquilo a que originalmente se destinavam, ajudar a reconstruir partes devastadas do mundo. Ajudar… ajudar verdadeiramente as pessoas pobres. Há vinte e quatro mil pessoas a morrer de fome todos os dias. Nós podemos alterar isso.

AMY GOODMAN: John Perkins, quero agradecer-lhe imenso por ter estado connosco. O livro de John Perkins intitula-se Confessions of an Economic Hit Man.

[*] Entrevista a John Perkins realizada em 09/Nov/2004 no programa 'Democracy Now'.
Tradução de Margarida Ferreira

Esta entrevista encontra-se em:
www.democracynow.org/article.pl?sid=04/11/09/1526251#transcript

Este artigo encontra-se em www.resistir.info/ .

quinta-feira, fevereiro 24, 2005

jo

terça-feira, fevereiro 22, 2005

Ó sr. Lopes, não se esqueça...

De processar as empresas de sondagens.

Ah, Ah, Ah.

segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Aleluia, foram escorraçados!!!

Chegou ao fim, o lamentável e trágico consulado desta direita pindérica e patética.
Confesso que é com enorme satisfação que vejo a amostragem deste cartão vermelho, a todo este grupinho parolo de Morais Sarmentos, Gomes das Silvas, Telmos Correias, Pires de Limas e outros tais.

Quanto aos cabecilhas, Santana já era e se tivesse vergonha na cara demitia-se já, em vez de se começar a fazer ao piso para a Presidência da República ! Portas no seu melhor estilo melodramático armou-se em coitadinho, mas suponho que desta vez nem isso o safa. E como foi bom, ver desaparecer do seu rosto como que por encanto aquele arzinho triunfal e arrogante que tanto gosta de ostentar. Quanto a lições, não deixa também de ser fantástica, aquela que o facho Nobre Guedes levou do povo de Coimbra.

De resto, apenas desejo que estes merdosos vão e não voltem. Para que tudo tivesse corrido na perfeição, só faltava mesmo que o labrego do Alberto João fosse deportado para as Berlengas, mas enfim, nem tudo é perfeito.

E que bom que é, esta chapada de luva branca na direita reaccionária, por parte de um povo que fez questão de lhe provar que apesar da mil vezes apregoada morte da esquerda, esta ainda resiste.

Uma palavra final, para o lambe- botas mor Luís Delgado: vai buscar nojento!!! Afinal, e para mal dos teus pecados, o povo é mesmo quem mais ordena
.

sábado, fevereiro 19, 2005

República das bananas

rbananas

sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Lembram-se?

A dois dias das eleições que se avizinham, proponho que recordemos alguns episódios protagonizados por estas figurinhas da direita trauliteira que ainda governa e que entretanto caíram no mais profundo esquecimento.

Apetece perguntar,

QUEM SE LEMBRA?:

-Do famoso Jaguar de Portas na Moderna?

-Da fuga cobarde do Cherne Durão para Bruxelas?

-Da Cimeira dos Açores que levou à invasão do Iraque e da provas irrefutáveis da existência de armas de destruição maciça que Durão tinha visto, mentindo descaradamente aos portugueses?

-Da sucessão dinástica no Governo da Nação?

- Dos episódios que levaram à demissão de Maria José Morgado da P.J?

-Do assessor de Rui Rio que ganha mais do que o presidente da República?

- Da reforma dourada de Mira Amaral na Caixa Geral de Depósitos?

-Da nomeação de Celeste Cardona para a direcção da mesma Caixa Geral de Depósitos?

-Da Cabala Involuntária do inqualificável Rui Gomes da Silva?

-Das trapalhadas na colocação de professores?

-Da casa de Nobre Guedes na Arrábida?

-Da absurda concessão de benefícios fiscais à Banca?

-Da nomeação de Luís Delgado para director da LUSA?


-Da nomeação de Teresa Caeiro para a Secretaria de Estado dos Antigos Combatentes ( com o fantástico argumento invocado por Portas, de que era filha e neta de militares) por breves momentos, para a seguir passar para a Secretaria de Estado das Artes e Espectáculos, demonstrando que quando toca à usurpação de cargos no aparelho de Estado por esta medíocre gentalha partidária, tudo vale?

-Das pressões exercidas sobre Pais do Amaral , no episódio que levou ao silenciamento e consequente demissão de Marcelo Rebelo de Sousa da TVI?

-Da imunidade parlamentar do deputado do PSD Cruz Silva, a contas com a Justiça?

-Do episódio da Sesta?

-Da viagem de Morais Sarmento a Cabo Verde, à pala do Erário Público, avião incluído?

- Da palhaçada da incubadora e dos estalos e pontapés?

-Da nomeação de mais de 2000 Boys para cargos na Administração Pública?

-Da Central de Comunicação/Intoxicação do Governo?





O país está farto desta bandalheira descarada e seria bom que no dia 20 corresse com estes energúmenos que têm (des)governado o país ultimamente.
É , porém, necessário que o estado de alerta se mantenha, para que aos senhores do PS, que ao que tudo indica irão ganhar as eleições, não lhes seja permitido fazer igual ou pior do que estes que vão ser corridos, pois o exemplo dos governos Guterristas deixou-nos igualmente evidências eloquentes de falta de respeito pela ‘Coisa Pública’ como a famosa Fundação para a Prevenção e Segurança de Armando Vara, e do ‘esquecimento’ do pagamento de impostos por parte de António Vitorino, que levou à sua demissão.


Basta desta pouca-vergonha!!!
Dia 20 vamos expulsar estes incompetentes a bem de Portugal !!!!

quarta-feira, fevereiro 16, 2005

O sr. Lopes

O Sr. Lopes (para utilizarmos o vocabulário do seu amigo o Sr. Alberto João), teve hoje mais uma das suas tiradas características, que como sabemos, não se costumam pautar pela inteligência. Quando questionado por um jornalista acerca da notícia que dava conta de o desemprego em Portugal ter atingido no quarto trimestre de 2004- 7,1 %, o valor mais elevado em seis anos, o Sr. Lopes fez uso da demagogia do costume, tão típica das suas fugas para a frente, atirando a culpa de tal situação para cima do Presidente da República, respondendo que tal resultado se deve à : “instabilidade política que se vive desde Novembro», ( resultante da queda do Governo.) uma vez que “As decisões de investimento estagnaram, com a dissolução da Assembleia da República”.


Pois… é. O Sr. Lopes pensa que somos todos parvos e insiste em tratar-nos como tal.


Será que o Sr. Lopes, acredita nas próprias mentiras?


Se assim for, até poderemos compreender alguns dos seus recorrentes dislates, pois afinal o homem é um caso clínico.


Se não fosse cómico, seria trágico.

Cão de Guarda

Liberdade 'à americana'

Freedom

terça-feira, fevereiro 15, 2005

Portugal não é um estado laico?

"Eu confesso que existem coisas que me espantam. O facto de haver partidos que cancelaram as actividades de campanha não pertence a esse leque de coisas pois desde o princípio que se sabe que a vontade de PSD e CDS é que se discuta o mínimo possível.
Causa-me no entanto perplexidade o facto de se declarar um luto nacional de 2 dias.

Mas 2 dias de luto porquê?
Quem era a Irmã Lúcia?
Quem é que a conhecia?
O que fez de útil pela sociedade Portuguesa?
Que riqueza criou para o povo?
Que pensamento se lhe conhece?

OK, vai ser beatificada, mas isso é um assunto do Vaticano, não do Estado Portugues. Até admitia que o Vaticano decretasse 2 dias de luto no seu estado, seria perfeitamente legítimo, pois na realidade a Irmã Lúcia até se regia pelos princípios desse Estado.(...)

Parece que Salazar não foi o único a descobrir o filão Fátima. Santana e Portas na sua boa tradição também o exploram.
Se calhar é para ficarem mais parecidos com as suas referências poíticas. Sá Carneiro e Salazar."
ARRUDA, Daniel, "Portugal não é um Estado Laico?", www.troll-urbano.weblog.com.pt, [14 de fevereiro de 2005].

sábado, fevereiro 12, 2005

nike

Lições da sociedade de consumo

O suplício de Tântalo atormenta os pobres. Condenados à sede e à fome, estão também condenados a contemplar os manjares que a publicidade oferece. Quando aproximam a boca ou esticam a mão, essas maravilhas afastam-se. E se apanham alguma, lançando-se ao assalto, vão parar à cadeia ou ao cemitério.
Manjares de plástico, sonhos de plástico.. É de plástico o paraíso que a televisão promete a todos e a poucos concede. Ao seu serviço estamos. Nesta civilização, onde as coisas importam cada vez mais e as pessoas cada vez menos, os fins foram sequestrados pelos meios: as coisas compram-te, o automóvel conduz-te, o computador programa-te e a televisão vê-te.



GLOBALIZAÇÃO, BOBALIZAÇÃO


Até há alguns anos, o homem que não devia nada a ninguém era virtuoso exemplo de honestidade e vida laboriosa. Hoje, é um extraterrestre. Quem não deve não é. Devo, logo existo. Quem não é digno de crédito não merece nome nem rosto: o cartão de crédito prova o direito à existência. Dívidas: isso tem quem nada tem; uma pata metida nessa ratoeira há-de ter qualquer pessoa ou país que pertença a este mundo.
O sistema, transformado em sistema financeiro, multiplica os devedores para multiplicar os consumidores. Dom Karl Marx, que há mais de um século as viu aproximar-se, advertiu para o facto de a tendência para a queda das margens de lucro e a tendência para a superprodução obrigarem o sistema a crescer sem limites e a estender até à loucura o poder dos parasitas da «moderna bancocracia», que definiu como «um bando que não sabe nada de produção nem tem nada a ver com ela».
A explosão do consumo no mundo actual faz mais barulho que todas as guerras e arma mais confusão que todos os Carnavais. Como diz um velho provérbio turco: «quem bebe à conta embebeda-se a dobrar». A farra aturde e turva a visão; esta tão grande bebedeira universal parece não ter limites nem no tempo nem no espaço. Mas a cultura de consumo faz muito barulho, como o tambor, porque é vazia; e na hora da verdade, quando o estrépito cessa e acaba a festa, o bêbado acorda, sozinho, acompanhado pela sua sombra e pelos pratos partidos que tem que pagar. A expansão da procura choca com as fronteiras que lhe são impostas pelo sistema que as gera. O sistema precisa de mercados cada vez mais abertos e mais amplos, como os pulmões precisam de ar, e, por seu turno, precisam que andem de rastos, como andam, os preços das matérias-primas e da força humana de trabalho. O sistema fala em nome de todos, a todos dirige as suas imperiosas ordens de consumo, entre todos difunde a febre compradora; mas nem pensar: para quase todos, esta aventura começa e acaba no ecrã do televisor. A maioria, que se endivida para ter coisas, acaba por ter muito mais dívidas para pagar dívidas que geram novas dívidas, e acaba por consumir fantasias que por vezes se materializam a delinquir.(…)

O direito ao esbanjamento, privilégio de poucos, diz ser liberdade de todos. Diz-me quanto consomes e dir-te-ei quanto vales. Esta civilização não deixa dormir as flores, nem as galinhas, nem as pessoas. Nas estufas, as flores são submetidas a luz contínua, para crescerem mais depressa. Nas fábricas de ovos, às galinhas também está interdita a noite. E as pessoas estão condenadas à insónia, pela ansiedade de comprar e a angústia de pagar.


POBREZAS

Pobres, pobres a sério são os que não têm tempo para perder tempo.


Pobres, pobres a sério, são os que não têm silêncio, nem podem comprá-lo.


Pobres, pobres a sério, são os que têm pernas que se esquecem de caminhar, como as asas das galinhas se esqueceram de voar.


Pobres, pobres a sério, são os que comem lixo e pagam por ele como se fosse comida.


Pobres, pobres a sério, são os que têm o direito a respirar merda, como se fosse ar, sem pagar nada por ela.


Pobres, pobres a sério, são os que têm mais liberdade que a liberdade de escolher entre um e outro canal de televisão.


Pobres, pobres a sério, são os que vivem dramas passionais com as máquinas.


Pobres, pobres a sério, são os que são sempre muitos e estão sós.


Pobres, pobres a sério, são os que não sabem que são pobres.


GALEANO, Eduardo, “ De pernas para o ar”, Lisboa, editorial Caminho, 2002.

quinta-feira, fevereiro 10, 2005

Nova Ordem Mundial

jos544

Grande Tanga!

Crise? Qual crise?


"As vendas de automóveis de luxo em Portugal cresceram 3,01 por cento em 2004, para 617 unidades (...). O modelo de luxo Porsche 911 explica grande parte deste aumento, com 68 unidades vendidas, mais 23 do que em 2003, correspondente a um acréscimo de 51,1 por cento. A Maserati vendeu 12 automóveis desportivos de luxo em 2004 (nove em 2003), a Ferrari 11 (10 em 2003), a Aston Martin seis (três em 2003) e a Lamborghini três (nenhum em 2003)." (PÚBLICO, 28-1-05)
Crise?


"Os lucros do BPI aumentaram 17,6 por cento em 2004, ascendendo a 192,7 milhões de euros, muito acima do estimado pelos analistas financeiros." ("Expresso", 29-1-05)
Crise?


"Os lucros conjuntos das três companhias de seguros do grupo Espírito Santo Finantial Group atingiram no ano passado os 49,5 milhões de euros." (PÚBLICO, 1-2-05)
Crise?


"O resultado líquido do BCP subiu 17,2 por cento para 513 milhões de euros em 2004 face a 2003, acima do previsto pelos analistas, que apontavam para um valor entre os 476 e os 507 milhões de euros." (PÚBLICO, 26-1-05)
Crise?


"O Banco Nacional Ultramarino encerrou 2004 com lucros de 8 milhões de euros, o que representa um aumento de 40,1 por cento." ("Expresso", 29-1-05)
Crise?


"O lucro do BES aumentou 11,5 por cento para 275,1 milhões de euros em 2004, um crescimento acima das estimativas dos analistas (...). Os analistas previam um lucro líquido entre os 221 e os 270 milhões de euros." (PÚBLICO, 4-2-05)
Crise?


"O Banco Nacional de Crédito (BNC) teve, no ano passado, um lucro líquido de 33,7 milhões de euros." (PÚBLICO, 28-1-05)
Crise?


"A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa obteve receitas de 1014 milhões de euros em 2004, mais 24,7 por cento do que os 813 milhões arrecadados no ano anterior. Este resultado, apresentado como sendo um 'montante recorde' na história da instituição, teve como principal contribuinte o Euromilhões (...) Entre os vários países que aderiram a este jogo, Portugal está nos três primeiros, em termos de valor absoluto de apostas, e é o primeiro em valor 'per capita'." ("Diário Económico", 27-1-05)
Crise?


"Portugal mantém a mais baixa taxa de produtividade do trabalho de toda a União Europeia (UE) e a mais alta taxa de abandono escolar, um dos piores níveis de qualificação profissional e um dos mais elevados riscos de pobreza e de exclusão social. Este quadro negro é traçado numa bateria de relatórios sobre a situação económica, do emprego e da protecção social dos Vinte e Cinco ontem publicados pela Comissão Europeia (...). O abandono escolar continua a atingir 40,4 por cento dos estudantes do ensino secundário, contra 15,9 por cento no conjunto da UE, e quase 40 por cento dos universitários. Só Malta apresenta piores resultados. (...) Bruxelas assinala igualmente uma 'tendência preocupante' para o aumento do desemprego dos mais velhos, o que agrava os riscos de pobreza." (PÚBLICO, 28-1-05)
Ah!, crise... "

FIDALGO, Joaquim, "Grande Tanga", Público, 9 de Fevereiro de 2005."

terça-feira, fevereiro 01, 2005

IV Reich tem uma nova Unidade Secreta

" Revelou-se agora que o Pentágono criou um novo braço de espionagem e reinterpretou as leis americanas de modo a dar ao secretário da Defesa, Donald H. Rumsfeld, ampla autoridade sobre operações clandestinas no exterior. O seu financiamento é feito com fundos "reprogramados" do Pentágono, sem autorização do Congresso. A nova organização, chamada Strategic Support Branch, foi criada após uma ordem escrita de Rumsfeld no sentido de acabar com a sua "quase total dependência da CIA". Ela dispõe de oficiais, linguistas, interrogadores, especialistas técnicos e forças especiais de operação, as quais nos últimos dois anos actuaram no Afeganistão e no Iraque. Está prevista a sua actuação também na Somália, Yemen, Indonésia, Filipinas e Georgia. A notícia está em www.washingtonpost.com/wp-dyn/articles/A29414-2005Jan22.html."

Warning: Fascism

jos899

A noite das facas longas

"Numa coisa devemos reconhecer o talento de Santana Lopes: o uso das metáforas. Elas têm sempre uma espécie de pregnância que as faz aderir ao discurso mediático (o processo é inverso, aliás), e que as lança para o discurso social. Como se pessoas passassem a falar a partir de uma nova aquisição linguística. Foi assim, por exemplo, com a incubadora onde um recém-nascido era alvo de pontapés malvados. Foi assim também agora com as facadas nas costas. Não podemos deixar de considerar que existe uma questão de infância que está em jogo (o bébé a quem não dão dão o carinho que ele espera) e uma questão de traição (a rivalidade de quem faz o mal nas costas de outro). Daí que faça algum sentido premonitório dizer que a 20 de Fevereiro teremos uma noite das facas longas. Levando a metáfora aos limites do mau-gosto (como no caso da incubadora), poderemos dizer que haverá uma concorrência entre as facas, a ver quem chega mais depressa ao estatuto da faca mais longa. E para isso é preciso começar já. E no círculo mais estreito dos que rodeiam Santana Lopes.
O primeiro-ministro demissionário sente agora que a imprensa tem palavras demasiado elogiosas para o PP. E diz que neste momento o PP é "fonte de todas as virtudes". De facto, a comunicação social, que aprecia os truques bem feitos, é sensível a uma estratégia em que tudo é impecável, corresponde ao que se poderia e deveria esperar, mas é de tal modo impecável que acaba por ser um elemento negativo nas relações entre os dois partidos. Paulo Portas pode fazer juras de fidelidade a um projecto, mas todos nós sentimos desde há muito que ele mudou de projecto. Anteontem a polémica estalou, com dirigentes do PP a exibirem as suas virtudes e uma reacção de irritação cada vez mais manifesta da parte de Santana Lopes. Manifestamente, Santana não se contém e nem mesmo se dá conta de que cada momento de impaciência corresponde a um momento de alegria do lado do PP, que nele vê mais um motivo para elevar a sua votação.
Inês Serra Lopes, no segredo dos pequenos deuses de São Bento, confidenciava na SIC que a deserção verificada dos ministros ao Conselho de Ministros tinha deixado Santana extremamente desanimado e mal-disposto: faltaram cinco ministos, cada um a tratar da sua vida. O que impressiona é o vazio que se vai alargando à volta de Santana Lopes. E as facas afiadas começam a surgir no interior do próprio partido. O que se passou com Morais Sarmento (que deu origem a uma saborosa contradição de Álvaro Barreto) faz parte dos "duelos ao sol" a que vamos assistir: uma estratégia inteiramente pessoal, correspondendo a um investimento simultaneamente hedonista e económico. Santana Lopes nada faz a não ser soltar os vocábulos mais inconvenientes. Santana Lopes fica bisonho e cabisbaixo. E são alguns amigos próximo que travam Morais Sarmento, que encarou a hipótese de desistir de ser deputado. O ambiente no PSD é de um torneio medieval, com trajos alugados para seduzir os turistas. "

COELHO, Eduardo Prado, "A noite das facas longas", Público, 17 de Janeiro de 2005.

Nós sabemos quem és!

jos

RUA!!!!!!!!!

fora

ESTE PAÍS METE NOJO!!!!

Portugal bate no fundo e não se perspectivam alterações que possam inverter esta queda rumo ao abismo. A reles classe politica dirigente continua a sua saga de imoral favorecimento dos grandes poderes económicos concedendo-lhes todo o tipo de benesses ao mesmo tempo que exige sacrifícios tremendos aos depauperados do costume, neste país onde trabalhar significa empobrecer, mediante o apelo ao cumprimento de regras estúpidas e absurdas (défices e afins) que mais não fazem do que penalizar os que menos têm
À parte dos discursos políticos vazios e orquestrados para iludir as massas, a imprensa ainda que de forma ténue e complacente, vai expondo nas páginas interiores dos jornais (como convém, de forma a não serem lidas) notícias acerca da crescente disparidade de rendimentos entre ricos e pobres.

Façamos então um exercício de análise a uma pequeníssima parte daquilo que a imprensa semi-oculta e ao que NÃO passa de forma visível ou com relevo nos noticiários televisivos.

Senão vejamos:

Segundo o Diário de Notícias de 28 de Janeiro de 2005, “ O Banco Português de Investimento (BPI) obteve um resultado líquido de 192,7 milhões de euros em 2004, mais 17,6% que no ano anterior. O banco viu o seu produto bancário crescer 4,5% face a 2003, com a margem financeira a subir 3,2% (mais 15 milhões de euros, totalizando 490 milhões) e as comissões a aumentarem 6,7%, chegando aos 260 milhões de euros. Neste capítulo, os lucros em operações financeiras apresentaram o maior crescimento - 24,1%.”
Acrescentando ainda: “O banco fechou o ano com a sua carteira de crédito a crescer 7%, atingindo os 18,9 mil milhões de euros, onde se destaca o crescimento de 10,5% no crédito à habitação. Nos recursos captados, o aumento foi de 8% (para 19,6 mil milhões de euros), com os recursos fora de balanço a crescer 17%.”


Na mesma linha, embora neste caso a aberração seja ainda superior, podemos ler no Diário Digital de dia 25 de Janeiro, que em relação ao
Millenium BCP “Os resultados líquidos anuais passaram de 437 milhões de euros para os 513 milhões de euros, superando as previsões dos analistas.”

O jornal Público refere, por sua vez na edição de 28 de janeiro de 2005 que: "o Banco Nacional de Crédito (BNC) teve, no ano passado, um lucro líquido de 33,7 milhões de euros(...), revelou ontem, em Madrid, Ângel Ron, presidente executivo do Grupo Banco Popular, que controla a entidade financeira portuguesa.(...) Ron falava na apresentação dos resultados da sua entidade. "A actividade em Portugal, neste primeiro ano [2004 ], foi um êxito, o volume de negócios cresceu a um nível elevado, o lucro aumentou 50 por cento e foi quase de 34 milhões de euros", revelou o presidente executivo. Em 2004, o Grupo Banco Popular obteve um lucro líquido de 800,8 milhões de euros, mais 12,1 por cento do que no exercício anterior."




É este também o país onde os carros de luxo mais caros ostentam as maiores subidas de vendas. Senão atentemos aos facto de por exemplo a Jaguar ter vendido em 2004 mais 323 automóveis do que em 2003, o que correspondeu a um crescimento de 237,5 %. A Porsche, por sua vez, viu as suas vendas aumentarem 67,8%, atingindo 203 unidades contra 121 um ano antes. Já a Bentley, vendeu oito veículos e a Lamborghini três, quando em 2003 qualquer destas marcas não tinha vendido nenhuma unidade em Portugal. Quanto à Ferrari, vendeu 11 automóveis em 2004, mais um do que um ano antes.

Depois, existe o país real. Aquele onde:


· 471.190 pessoas não têm emprego, sendo que o número não se ficará por aqui ( números oficias, embora saibamos que entre empregos precários e ilegais o número será bastante mais substancial.

· 2 milhões de pessoas (1/5 da população) vive abaixo do limiar da pobreza.

· Em que dos 15 países que constituíam a União Europeia até Maio de 2004, Portugal é aquele em que o fosso entre o grupo de cidadãos mais ricos e o grupo de cidadãos mais pobres é maior. Os dez por cento dos portugueses mais pobres detêm dois por cento do rendimento nacional; os dez por cento mais ricos concentram 29 por cento desse rendimento


· Portugal é o país que menos gasta com a protecção social por habitante, pouco mais da metade da média da União.

.onde,em 2004, a taxa de endividamento (empréstimos mais encargos) dos particulares em percentagem do seu rendimento disponível situou-se em 118 por cento.



· Em que há 759.349 portugueses sem médico de família atribuído.



· Em que as declarações de impostos dos mais ricos baixaram 92 % em três anos.



· Onde senhores das máfias do capital e da indústria como Francisco Van Zeller da CIP (Confederação da Indústria Portuguesa),que perante a possibilidade de um aumento da licença de maternidade em 15 dias, têm o desplante de fazer afirmações deste calibre: “«É claro que um patrão prefere ter um homem do que raparigas novas. Porque sabe que vão casar e querer ter filhos»,

Estes senhores que nos (des)governam fizeram deste país um paraíso fiscal para uma pequena corja de lobbies que tudo come. A maioria porém, vive na merda, afogado em dívidas, ganhando salários de miséria e pagando os impostos a que não consegue fugir.


Isto é que é miséria, subdesenvolvimento, fraude, roubo a um país inteiro por uns quantos parasitas do sistema, exploradores das suas lacunas e da sua ineficácia, oportunistas a quem convém manter na ignorância o máximo da população a quem vão embebedando com a maior da demagogia.

Este país caminha velozmente em direcção ao fim, e este rumo só poderá ser invertido se este povo deixar de ser um rebanho assustado que a tudo assiste na maior passividade. Revoltemo-nos antes que a ‘sul-americanização’ de Portugal se torne irreversível.