Trabalho clandestino é recurso face à Globalização
Se alguém ainda tem dúvidas relativamente aos efeitos perniciosos desta Globalização Neoliberal selvagem que está a ser levada a cabo e imposta a todo o mundo, recomendo a leitura deste texto bastante esclarecedor. E já agora, aproveito para realçar o facto de invariavelmente este tipo de notícias ser remetido para as páginas interiores dos jornais, o que me leva a acreditar firmemente que existe uma estratégia bem delineada por parte dos órgãos de comunicação social dominantes, em fazê-las “desaparecer” convenientemente da vista atenta dos leitores…
ONU analisa e ataca efeitos de um mercado global que segrega os menos capacitados.
"O impacto da globalização sobre as economias nacionais e os seus efeitos frequentemente nocivos para os mercados de trabalho preocupam a ONU e as organizações associadas, a começar pela Organização Mundial de Trabalho (OIT).
O seguinte texto oficioso mantém plena actualidade e, de uma forma crua, levanta numerosas questões pertinentes, na ressaca de uma impressionante degradação do mundo laboral como a que por toda a parte se evidencia.
A propósito da sessão extraordinária da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre a Execução das Conclusões da Cimeira Mundial sobre desenvolvimento Social e Outras Iniciativas- sob o deprimente lema Trabalhar para ganhar a vida é mais difícil na economia global -, aqui se publica seguidamente a transcrição de alguns extractos de um texto de apoio:
“Apregoam jornais, cigarros e quinquilharias diversas. Reparam automóveis em garagens nas traseiras das casas, servem em restaurantes e trabalham no serviço doméstico. Fabricam artigos e peças sobresselentes para mercados distantes e produzem programas para computador.
Não existem registos do trabalho que fazem. Não há recibos de impostos, nem contribuições para a reforma, nem seguro de saúde. E, cada dia que passa, mais pessoas se dedicam a este tipo de trabalhos.
São os trabalhadores que constituem a economia paralela. Trabalhando muitas vezes durante muitas horas com uma escassa retribuição, os trabalhadores utilizam com frequência o sector paralelo como último recurso, uma estratégia de sobrevivência, e isso implica geralmente um grau de pobreza e de marginalização social que os coloca fora dos limites de qualquer forma de protecção social ou jurídica.
Em termos mundiais, em vez de desaparecer à medida que o desenvolvimento se consolida, o sector paralelo está a crescer, muitas vezes mais rapidamente do que o sector formal. O sector paralelo foi o principal criador de postos de trabalho na América Latina, durante a última década, e calcula-se que, em África, o emprego urbano no sector paralelo seja responsável por 61% da mão-de-obra urbana.”
“Trabalho clandestino é recurso face à globalização”, Guia DN & Classificados, Sábado, 5 de Março de 2005, p.1.
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