A MORDER OS CALCANHARES DO PODER

quinta-feira, setembro 21, 2006

A NOVILINGUA NEOLIBERAL E O ASSASSINATO DO ESTADO

"Na era das privatizações e do mercado livre, o dinheiro governa sem intermediários. Qual é a função atribuída ao Estado? O Estado deve ocupar-se da disciplina da mão-de-obra barata,condenada a salários anões,e da repressão das perigosas legiões de braços que não encontram trabalho; um Estado juiz e polícia, e pouco mais. Em muitos países do mundo, a justiça social reduziu-se à justiça penal. O Estado zela pela segurança pública: dos outros serviços encarregar-se-á o mercado; e da pobreza,gente pobre,regiões de pobres,encarregar-se-á Deus, se a polícia não o conseguir. Embora a administração pública queira disfarçar-se de mãe piedosa, não tem outro remédio senão consagrar as suas minguadas energias às funções de vigilância e de castigo.
Nestes tempos neoliberais,os direitos públicos estão reduzidos a favores do poder e o poder ocupa-se da saúde e da educação públicas como se fossem formas de caridade pública, em vésperas de eleições.(...)"

GALEANO, Eduardo,De pernas para o ar- A escola do mundo às avessas,Lisboa,Editorial Caminho,2002,pp.42-43.
Eis que decido fazer uma fugaz incursão pela imprensa on-line e me deparo com esta refinada pérola:


"É preciso eliminar 200 mil funcionários públicos"

Compromisso Portugal: promotores dizem que está medida vai permitir poupar até cinco mil milhões de euros



O Compromisso Portugal propõe que o número de funcionários públicos seja reduzido em 200 mil, mais de um quarto dos actuais 737.774 funcionários, resultando numa poupança potencial até 5 mil milhões de euros por ano, escreve a Lusa.

O movimento considera que a redução pode ser alcançada facilitando as reformas antecipadas, estabelecendo incentivos à saída voluntária e transferindo actividades para o sector privado.

Os promotores António Nogueira Leite e Fernando Pacheco, autores do texto provocatório sobre o papel do Estado, defendem uma redução de 50 mil funcionários públicos através do aumento de 12 para 25 por cento da oferta de escolas privadas e de 23 para 35 por cento do peso dos hospitais privados.

Estas medidas implicariam uma poupança de 200 milhões de euros anuais, refere o Compromisso Portugal na sua proposta sobre a redução da dimensão do Estado.

Entre 150 e 190 mil funcionários da Administração Pública seriam reduzidos através de programas de reorganização e racionalização, o que permitiria uma poupança entre 3 a 5 mil milhões de euros por ano.

Entre as medidas que poderiam vir a ser adoptadas num programa de redução do número de efectivos da Administração Pública, os promotores defendem o fim do prolongamento dos contratos temporários em organismos que tenham pessoal excedentário e o preenchimento de lacunas com recursos internos.

O peso do Estado em Portugal é um dos maiores da União Europeia, representando, segundo dados avançados pelo Compromisso Portugal para 2005, 47,8 por cento da despesa pública no Produto Interno Bruto (PIB), face aos 34,5 por cento da Irlanda."


IDEIAS BASE:

eliminação
excedentes
poupança
saída voluntária
reformas antecipadas
transferência de actividades para o sector privado
escolas privadas
hospitais privados
reorganização e racionalização


ELIMINAR:

do Lat. eliminare
de e fora + limen, soleira da porta
v. tr.,
fazer sair, expulsar;

banir, excluir;

suprimir, fazer desaparecer;

v. refl.,
suprimir-se.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Aos Srs Promotores do "Compromisso Portugal":
Estão os Srs. preparados pª criar 200.000 postos de trabalho?
Não estão?
Então: PUTA QUE OS PARIU!

1:23 da tarde

 
Anonymous Anónimo said...

http://livrodeeduardogaleano.blogspot.com/

1:11 da manhã

 

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