A MORDER OS CALCANHARES DO PODER

quinta-feira, dezembro 09, 2004

Como a memória se costuma caracterizar por ser, nalguns casos, uma faculdade que padece da enfermidade de curta duração, convém que de quando em vez façamos por a reavivar. Aqui vai então uma pequena amostra daquilo que se pode apregoar durante a época da «caça ao voto» e que, após esta, se transforma em letra-morta. Sucede que, esta doença crónica costuma ser apelidada regularmente de HIPOCRISIA.
Esta prosa que se segue, foi proferida durante a campanha eleitoral para as eleições legislativas de 2002 e como tal, anterior à formação da coligação governamental PSD-PP que acaba de ficar defunta.
«Ainda os espanhóis andavam a bater-se com os mouros em Granada, já os portugueses andavam à procura da Índia»
Paulo Portas sobre o apoio de Aznar ao PSD
«Ou vês Ferro, ou vês Durão; e se não gostas, não vês televisão»
Paulo Portas sobre a cobertura da campanha nos «media»
«Num país onde se pagam pensões de 38 contos, o crime anda à solta»
Paulo Portas, em Mirandela
«Nós não somos liberais, somos democratas-cristãos; temos de sair do buraco do socialismo sem nos metermos no túnel do liberalismo puro e duro»
Paulo Portas, idem.
Pode ler-se ainda no Expresso:
“A tónica, contudo, continua a ser o incansável ataque à maioria absoluta do PSD e às «clientelas famintas que querem ocupar o Estado à conta do contribuinte».
«Maioria absoluta para vender a Caixa Geral de Depósitos aos espanhóis? Para congelar os salários da função pública? Para promover a subida do IVA e dar cabo da competitividade das empresas portuguesas? Vão trabalhar!», proclamou em Mirandela, com uma violência verbal a milhas da contenção do debate televisivo”.
idem, ibidem.
in: Expresso, 2 de Março de 2002.