A MORDER OS CALCANHARES DO PODER

terça-feira, fevereiro 01, 2005

ESTE PAÍS METE NOJO!!!!

Portugal bate no fundo e não se perspectivam alterações que possam inverter esta queda rumo ao abismo. A reles classe politica dirigente continua a sua saga de imoral favorecimento dos grandes poderes económicos concedendo-lhes todo o tipo de benesses ao mesmo tempo que exige sacrifícios tremendos aos depauperados do costume, neste país onde trabalhar significa empobrecer, mediante o apelo ao cumprimento de regras estúpidas e absurdas (défices e afins) que mais não fazem do que penalizar os que menos têm
À parte dos discursos políticos vazios e orquestrados para iludir as massas, a imprensa ainda que de forma ténue e complacente, vai expondo nas páginas interiores dos jornais (como convém, de forma a não serem lidas) notícias acerca da crescente disparidade de rendimentos entre ricos e pobres.

Façamos então um exercício de análise a uma pequeníssima parte daquilo que a imprensa semi-oculta e ao que NÃO passa de forma visível ou com relevo nos noticiários televisivos.

Senão vejamos:

Segundo o Diário de Notícias de 28 de Janeiro de 2005, “ O Banco Português de Investimento (BPI) obteve um resultado líquido de 192,7 milhões de euros em 2004, mais 17,6% que no ano anterior. O banco viu o seu produto bancário crescer 4,5% face a 2003, com a margem financeira a subir 3,2% (mais 15 milhões de euros, totalizando 490 milhões) e as comissões a aumentarem 6,7%, chegando aos 260 milhões de euros. Neste capítulo, os lucros em operações financeiras apresentaram o maior crescimento - 24,1%.”
Acrescentando ainda: “O banco fechou o ano com a sua carteira de crédito a crescer 7%, atingindo os 18,9 mil milhões de euros, onde se destaca o crescimento de 10,5% no crédito à habitação. Nos recursos captados, o aumento foi de 8% (para 19,6 mil milhões de euros), com os recursos fora de balanço a crescer 17%.”


Na mesma linha, embora neste caso a aberração seja ainda superior, podemos ler no Diário Digital de dia 25 de Janeiro, que em relação ao
Millenium BCP “Os resultados líquidos anuais passaram de 437 milhões de euros para os 513 milhões de euros, superando as previsões dos analistas.”

O jornal Público refere, por sua vez na edição de 28 de janeiro de 2005 que: "o Banco Nacional de Crédito (BNC) teve, no ano passado, um lucro líquido de 33,7 milhões de euros(...), revelou ontem, em Madrid, Ângel Ron, presidente executivo do Grupo Banco Popular, que controla a entidade financeira portuguesa.(...) Ron falava na apresentação dos resultados da sua entidade. "A actividade em Portugal, neste primeiro ano [2004 ], foi um êxito, o volume de negócios cresceu a um nível elevado, o lucro aumentou 50 por cento e foi quase de 34 milhões de euros", revelou o presidente executivo. Em 2004, o Grupo Banco Popular obteve um lucro líquido de 800,8 milhões de euros, mais 12,1 por cento do que no exercício anterior."




É este também o país onde os carros de luxo mais caros ostentam as maiores subidas de vendas. Senão atentemos aos facto de por exemplo a Jaguar ter vendido em 2004 mais 323 automóveis do que em 2003, o que correspondeu a um crescimento de 237,5 %. A Porsche, por sua vez, viu as suas vendas aumentarem 67,8%, atingindo 203 unidades contra 121 um ano antes. Já a Bentley, vendeu oito veículos e a Lamborghini três, quando em 2003 qualquer destas marcas não tinha vendido nenhuma unidade em Portugal. Quanto à Ferrari, vendeu 11 automóveis em 2004, mais um do que um ano antes.

Depois, existe o país real. Aquele onde:


· 471.190 pessoas não têm emprego, sendo que o número não se ficará por aqui ( números oficias, embora saibamos que entre empregos precários e ilegais o número será bastante mais substancial.

· 2 milhões de pessoas (1/5 da população) vive abaixo do limiar da pobreza.

· Em que dos 15 países que constituíam a União Europeia até Maio de 2004, Portugal é aquele em que o fosso entre o grupo de cidadãos mais ricos e o grupo de cidadãos mais pobres é maior. Os dez por cento dos portugueses mais pobres detêm dois por cento do rendimento nacional; os dez por cento mais ricos concentram 29 por cento desse rendimento


· Portugal é o país que menos gasta com a protecção social por habitante, pouco mais da metade da média da União.

.onde,em 2004, a taxa de endividamento (empréstimos mais encargos) dos particulares em percentagem do seu rendimento disponível situou-se em 118 por cento.



· Em que há 759.349 portugueses sem médico de família atribuído.



· Em que as declarações de impostos dos mais ricos baixaram 92 % em três anos.



· Onde senhores das máfias do capital e da indústria como Francisco Van Zeller da CIP (Confederação da Indústria Portuguesa),que perante a possibilidade de um aumento da licença de maternidade em 15 dias, têm o desplante de fazer afirmações deste calibre: “«É claro que um patrão prefere ter um homem do que raparigas novas. Porque sabe que vão casar e querer ter filhos»,

Estes senhores que nos (des)governam fizeram deste país um paraíso fiscal para uma pequena corja de lobbies que tudo come. A maioria porém, vive na merda, afogado em dívidas, ganhando salários de miséria e pagando os impostos a que não consegue fugir.


Isto é que é miséria, subdesenvolvimento, fraude, roubo a um país inteiro por uns quantos parasitas do sistema, exploradores das suas lacunas e da sua ineficácia, oportunistas a quem convém manter na ignorância o máximo da população a quem vão embebedando com a maior da demagogia.

Este país caminha velozmente em direcção ao fim, e este rumo só poderá ser invertido se este povo deixar de ser um rebanho assustado que a tudo assiste na maior passividade. Revoltemo-nos antes que a ‘sul-americanização’ de Portugal se torne irreversível.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Junte-se ao PNR e um dia terá uma arma na mão para lhe dar bom uso.

Viva Portugal!

2:31 da tarde

 

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