Para abrir os olhos...
Texto de leitura indispensável noUNO E O MÚLTIPLO, acerca das práticas verdadeiramente genocidas e criminosas levadas a cabo por algumas organizações internacionais que se dedicam à difusão do terrorismo institucional. A não perder, AQUI
2 Comments:
Obrigada pelo link, comp@nheir@.
abraço!
4:54 da manhã
Na verdade, acho que muitos não devem ter percebido o que é o BM. Como o seu nome indica é uma instituição financeira como qualquer outra, é a maior fonte mundial de assistência para o desenvolvimento, proporcionando cerca de US$30 biliões anuais em empréstimos para os seus países clientes. O Banco usa os seus recursos financeiros, o seu pessoal altamente treinado e a sua ampla base de conhecimentos para ajudar cada país em desenvolvimento numa linha de crescimento estável, sustentável e eqüitativo, NÃO É UMA ORGANIZAÇÃO HUMANITÁRIA! Ainda que na sua origem, II G.M., tenha tido apenas um carácter de auxuliar na reconstrução da Europa pós guerra e que tenha tido contornos mais perversos ( todos sabemos que os fundos cedidos aos países através do Plano Marshall eram destinados à compra de produtos e equipamentos nos EUA, não era um a ajuda totalmente desinteressada ), o que é facto é que a conjuntura era outra. Não parámos no tempo e a organização redefiniu objectivos, transformou e traçou novos objectivos a desenvolver no Mundo e adquiriu um papel de relevo na história da humanidade, completamente diferente daquele que a originou. Hoje, aposta nas pessoas, no estímulo dos negócios de iniciativa privada, iniciativa e transparência dos governos ( muito importante no continente africano e outras regiões onde a corrupção governamental é muito marcada ), fortalecimento institucional…
Mas como qualquer Banco, ao ceder empréstimo tem de exigir que são cumpridas determinadas condições e exigir garantias. Quem de nós não recorre a empréstimos junto de instituições financeiras? Então sabem precisamente as garantias que são exigidas a cada um de nós para que nos seja concedido crédito. Tem de ser assim, sob pena do sitema do BM entrar em colapso, o que por vezes acontece porque os países nem sempre pagam as suas quotas atempadamente; os países que recebem fundos não pagam a sua dívida, obrigando a rescalonamentos de dívidas ou negociação de outras formas de pagamento; fundos que são mal aplicados pelos governantes ( corrupção) e o BM vê-se obrigado a cancelar os Fundos…o que não podemos fazer é olhar para o BM como uma organização humanitária e sem fins lucrativos com objectivo de acabar com a fome e probreza mundial, porque não é esse o seu objecto, ela tem que criar receitas para aplicar posteriormente noutros locais, cidades, países, regiões, continentes…Este seu carácter universalista obriga a um esforço financeiro enorme e a uma gestão cuidada dos recursos financeiros.
Não se pode olhar para esta Organização com uma visão tão restrita, importa perceber o seu envolvimento ao nível da sua intervenção Mundial e casos de sucesso ( Cabo Verde é o país que melhor aplica os recursos disponibilizados pelo BM, caso que merece ser especial destaque, recomendo que aprofundem o assunto ). Recordo, para aqueles menos informados, que apontam o dedo, mas não fazem ideia da importância desta organização e das verbas que disponibiliza para o sucesso de vários Programas, alguns de iniciatica exclusiva do BM, outros de organização conjunta ou parcerias com outras organizações ( agências especializadas da ONU, OMS…). Assim, elucido alguns relativamente às áreas de actuação do BM, ou seja áreas tão diversas como Ambiente/Agricultura; Saúde, Nutrição e População; Infraestruturas e Desenvolvimento do Sector Privado;Protecção Social; Finanças e Comércio; Conhecimento e Informação…Estas seis áreas de intervenção, obviamente que se subdividem em muitos mais áreas específicas, mas uma vez que falamos de Nutrição destaco apenas que o Banco Mundial é um precioso aliado na pesquisa e combate das doenças tropicais, possui programas conjuntos com as NU actuando na área HIV ( UNAIDS que actua especialmente nos países sub-desenvolvidos ), é exemplar o programa “Roll Back Malaria”; vacinação e imunidades, etc. Não posso descurar a atenção que o BM dá a programas de gestão de água e condições sanitárias, porque elas também contribuem para a propagação e origem das doenças; ao nível da energia; pobreza; Fundos pós-conflitos, mão-de-obra infantil, reformas…Muito mais para dizer concerteza, isto é apenas uma amostra dos programas em curso, mas aquilo que quero realçar é que de todos estes programas, a segunda maior fasquia de contribuições vai precisamente para a área da saúde ( doenças, nutrição e população ), cerca de 124.1 milhões de dólares desde Outubro de 1999.
Isto é como referi, uma amostra, porque os relatórios do BM falam por si, imagimo que por serem demasiado extensos num convidem à sua leitura aos mais preguiçosos…E porque o Banco Mundial não actua apenas na área do financiamento, mas também do auxílio à criação de estruturas que proporcionem ao desenvolvimento, para os países não dependerem eternamente dos fundos disponibilizados pela Organização, mas sim começarem a caminhar por pernas próprias.
Muitos interrogam-se, e casos concretos de êxito?Existem definitivamente casos desses como foi referido ( Cabo Verde ), mas também não posso deixar de dizer que se muitos mais não existem é por culpa exclusiva dos governantes desses países que não gerem os fundos concedidos e não os aplicam correctamente. Assim, o BM não detém a responsabilidade e, pelo contrário, viu-se obrigado a rever a política de concessão de fundos impondo condições. Passo a explicar, em África sobretudo, após a descolonização e quando os países começaram a alcançar as suas independências a política de concessão de crédito era muito pouco controlada, baseada n boa fé dos governantes e autoridades locais para a aplicação dos programas. A subida ao poder de alguns líderes mais corruptos levou ao colapso de alguns programas, então o BM viu-se obrigado a estipular condições de concessão de crédito, ou seja, o BM só disponibilizava dinheiro se fossem cumpridos os princípios democráticos ( eleições livres multipartidárias, por exemplo ) e o respeito pelos direitos humanos. Isto lança outra discussão, porque embora muitos países digam que são democráticos, na verdade de democráticos não têm nada e a corrupção dos líderes é muito marcante ( Angola é o ex paradigmático ). E mais, são países onde o respeito pelos Direitos Humanos é muitas vezes violado, ou nem sequer é considerado um Direito. Estes países ao longo destas décadas têm tido muito pouca habilidade para a gestão dos créditos, não realizam reformas democráticas, não investem este dinheiro em infraestruturas…Preferem muitos deles continuar negócios rentáveis de tráfico e políticas mais obscuras e recorrer a qualquer método, desde que se mantenham no poder. O VERDADEIRO RESPONSÁVEL PELA MISÉRIA SÃO OS PRÓPRIOS GOVERNANTES. Aqueles que se debruçarem no estudo mais aprofundado deste continete irão perceber que é um continente cheio de potencialidades, mas que a impreparação dos seus governos e a lei do mais forte, interesses e clientelismos, má exploração dos recursos e corrupção tem levado ao seu colapso. Isto é que importa reter, não são as políticas financeiras do FMI que levam ao seu colapso e aos problemas económicos. Até porque apesar de não serem cumpridos os critérios de concessão de crédito, o BM de uma certa forma continua a ceder crédito, não a nível de criação de estruturas ( normalmente são verbas mais facilmente desviáveis ), mas de programas de saúde, água, fundos pós conflitos, porque são entregues a estruturas locais específicas e é mais fácil localizar e controlar onde é aplicado o dinheiro.
A Etiópia e Eritreia, com os problemas de pobreza extremos, não têm riquezas, nem poder económico, um deserto autêntico…não vão receber Fundos significativos, nem conseguir encontrar alternativas rentáveis, enquanto não pararem um guerra absurda por um traçado fronteiriço e por uns metros de rocha; o que ganha o Zimbabwe em se fechar à comunidade internacional; em Angola o presidente fala por si ao nível de corrupção e as crianças órfãos de guerra morrem de fome…e a culpa continua a ser do BM?
Como vêm, não compreendo e não concordo com a comparação que é feita entre esta organização e o holocausto Nazi, aliás acho que quem a faz tem um profundo desconhecimento da realidade e da importância que esta organização tem no mundo actualmente. Não imagino que 184 países façam parte de uma estrutura como o BM e que paguem as suas quotas, para que o objecto e fim último seja o de deixar morrer populações!
A única comparação possível entre a Organização e o holocausto é o facto desta ter sido criada no decorrer da II Guerra Mundial.
Em suma, e comentando o artigo o que quero dizer é que os números de mortalidade infantil referidos são obviamente aqueles casos onde o BM não consegue actuar e chegar à população, seja pelo facto de os governantes serem corruptos e não fazerem reformas democráticas e respeitarem os direitos humanos, seja pelo facto de apesar do BM e FMI actuarem em vastas áreas do globo, não conseguem, apesar da sua vasta equipa especializada, efectivamente desdobrar-se e actuar em simultâneo em todos os locais onde a pobreza está presente. E por último, não me lembro de ter ouvido falar que o BM tinha como objectivo e responsabilidade universal erradicar a mortalidade infantil do Mundo! Isso é perfeitamente utópico, o que se pode fazer é minorar essa mortalidade, e graças ao BM e outras Organizações ( ONG’s Humanitárias, agências especializadas das NU ) tem-se tentado fazer o melhor possível, dentro do possível, nas circunstâncias possíveis, dentro dos condicionalismos que por vezes existem. Pelo contrário, em vez dos 69, 35 milhões de crianças teríamos o dobro! E já agora, esquecem-se que no decorrer da II GM a acrescer aos números do holocausto, já morriam crianças em números assustadores em África, Ásia, América do Sul, a diferença é que ninguém contabilizava. E mais, antes da II GM também já morriam crianças, mas aí a culpa também era do BM/FMI? É que esta instituição ainda não existia…
10:05 da manhã
Enviar um comentário
<< Home