A MORDER OS CALCANHARES DO PODER

quarta-feira, novembro 09, 2005

A impunidade dos amos do mundo





"O Exército dos EUA usou armas químicas contra civis, entre as quais uma variante de napalm, durante a ofensiva de Novembro de 2004 contra a cidade iraquiana de Fallujah, segundo reportagem emitida ontem pela televisão italiana RAI. O autor do trabalho "Fallujah, o massacre escondido", Sigfrido Rannuci, entrevista soldados norte-americanos, habitantes da cidade e jornalistas, que confirmam a utilização de fósforo branco e de MK77 (variante do napalm usado na guerra do Vietname) na tomada da cidade bastião da resistência iraquiana à ocupação. "Em Fallujah, vi corpos de mulheres e crianças queimados. O fósforo branco rebenta em forma de nuvem e quem estiver num raio de 150 metros não escapa", diz na reportagem Jeff Englehart, antigo "marine" e veterano do Iraque que participou naquela ofensiva.

Os EUA confirmaram, em Janeiro deste ano, a utilização de fósforo branco em Fallujah, mas apenas para iluminar zonas inimigas e nunca contra combatentes. Na altura, refere a reportagem, o Pentágono sublinhou que o fósforo branco não é uma arma ilegal, mas o uso de armas incendiárias contra civis foi proibido pela Convenção de Genebra em 1980. Todavia, os EUA não assinaram o protocolo da convenção, de acordo com um representante da ONU em Nova Iorque, citado pela Reuters.

Segundo Jeff Englehart, um projéctil de fósforo branco, que permite iluminar um quilómetro quadrado durante dois minutos, tem "um efeito devastador sobre a carne" "Queima os corpos, dissolve-os até aos ossos e deixa as roupas intactas". Trata-se de uma arma para ser utilizada no campo de batalha, mas não numa localidade habitada, diz a reportagem, referindo também que os EUA nunca admitiram vítimas civis naquela operação, mas apenas "1600 combatentes inimigos assassinados" e 51 soldados norte-americanos mortos.

Rannuci entrevista também Mohamed Tarek al-Deraiji, de 33 anos, director do Centro de Estudos para os Direitos Humanos e a Democracia, de Fallujah, que denunciou o uso de fósforo branco criticando como, de maneira ambígua, os técnicos incluem esta arma no grupo das incendiárias e não do das químicas. A reportagem recolhe ainda declarações da jornalista italiana Giuliana Sgrena, sequestrada em Março passado no Iraque, que diz ter recolhido testemunhos de refugiados sunitas segundo os quais foram usados fósforo branco e MK77 em Fallujah. A reportagem da RAI foi publicada no endereço www.rainews24.rai.it/ran24/inchiesta/"


P.S. Terá sido esta, presumívelmente entre outras,uma das razões para a tentativa de assassinato de Giuliana Sgrena, por partes das tropas do Império aquando da sua libertação?


Entretanto as negociatas, assim vão:



Lucros suspeitos

Os EUA devem reembolsar o Iraque em mais de 208 milhões de dólares, que foram sobre-facturados e mal documentados pela Halliburton, empresa de que o vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, havia sido administrador e que foi contratada pela Casa Branca para trabalhos de reconstrução, segundo auditoria da ONU.