A MORDER OS CALCANHARES DO PODER

quarta-feira, dezembro 21, 2005

Nova Ordem Mundial





"EUA tiveram centro secreto de tortura no Afeganistão:

Prisão foi mantida, entre 2002 e 2004, perto de Cabul, acusa a Human Rights Watch, que cita testemunhos de advogados de antigos reclusos

Uma prisão secreta, onde os prisioneiros eram torturados, foi mantida, entre 2002 e 2004, perto de Cabul, pelos norte-americanos, segundo o grupo de defesa dos Direitos Humanos Human Rights Watch (HRW), que cita testemunhos de advogados de antigos presos.
Oito presumíveis terroristas, actualmente detidos na base norte-americana de Guantanamo (Cuba), descreveram aos seus advogados as condições em que estiveram nessa prisão, próxima de Cabul e a que chamam a «Prisão da Sombra», diz o HRW num comunicado divulgado hoje.
Os prisioneiros, que aí foram mantidos por períodos de seis meses entre 2002 e 2004, contaram ter sido acorrentados a anéis na parede, em posições que os impediam de se deitar e dormir, ter sido privados de alimentos e bebida durante dias, mantidos numa escuridão total com música ou ruídos ensurdecedores e encharcados com água salgada.
Eram esbofeteados e espancados durante os interrogatórios, até mesmo ameaçados de violação
.
Os guardas norte-americanos e afegãos, bem como os norte- americanos que faziam os interrogatórios, não usavam uniforme,
o que permite pensar que esse centro era gerido por agentes da CIA, segundo o HRW.
«O governo norte-americano deve fazer luz sobre esta 'Prisão da Sombra' de Cabul», comentou John Sifton, especialista em terrorismo no HRW.
«Ninguém, seja qual for o crime de que é acusado, deve ser detido em prisões secretas ou submetido a tortura», sublinhou.
O HRW precisa que obteve essas informações, não directamente dos detidos, mas dos advogados, uma vez que as organizações de defesa dos direitos do homem não têm sido autorizadas a deslocar-se a Guantanamo nem a outros locais de detenção no estrangeiro."





"Ainda há tortura em Abu Ghraib, afirma ex-comandante:

Quase três anos depois do escândalo de abuso de prisioneiros,
a ex-comandante norte-americana da prisão de Abu Ghraib, Janis Karpinski, disse ao jornal brasileiro Folha de São Paulo que a tortura continua a ser praticada naquele estabelecimento prisional.

Questionada sobre se continua a praticar-se a tortura, a coronel Karpinski respondeu: «É justo dizer que sim, porque há soldados e oficiais que regressam e afirmam sob juramento que foram testemunhas de torturas e obrigados a aceitar que os seus soldados praticassem este tipo de violência».

As torturas prosseguem «porque o secretário da Defesa (Donald Rumsfeld) e o seu especialista em informação Stephen Cambone crêem que estas pessoas são terroristas e têm informações e que a única maneira de as obter é através da tortura», explicitou a antiga comandante.

«Os especialistas em interrogatórios dizem que a tortura não funciona, mas o Pentágono parece ter o seu próprio ponto de vista e não se incomoda com o que dizem», sublinhou.

Além disso,
assegurou, «cerca de 80 por cento dos prisioneiros de Abu Ghraib são completamente inocentes e não têm a mínima informação ligada ao terrorismo».

Janis Karpinski considerou, por outro lado, que a administração norte-americana cometeu um erro ao não enviar (para o Iraque) mais 100.000 soldados em Junho de 2003 para combater a revolta.

«Não havia e não há tropas para fazer frente à revolta que se desenvolver e que é cada vez mais eficaz», disse ainda na entrevista hoje publicada.

A coronel Karpinski dirigia a polícia militar da prisão de Abu Ghraib quando rebentou o escândalo e foi a única graduada no seio da hierarquia militar norte-americana a ser sancionada pelos maus-tratos, tendo sido despromovida de general a coronel por decisão do presidente George W. Bush."






"Powell diz que Governos europeus «conhecem» aviões-prisão:

«A maioria dos nossos amigos europeus não pode estar chocada pelo facto deste tipo de coisas ter acontecido», ironizou. Ex-secretário de Estado não especificou quais os países europeus que sabiam do transporte ilegal de suspeitos de terrorismo pela CIA
Os europeus têm conhecimento da prática da CIA de transferir prisioneiros suspeitos de terrorismo em aviões fretados pela agência, que fazem escalas em aeroportos da Europa, afirmou o ex-secretário de Estado norte-americano Colin Powell.
"Não é algo de novo ou de desconhecido para os nossos amigos europeus", disse Powell à News 24, canal de informação em contínuo da BBC.
"A maioria dos nossos amigos europeus não pode estar chocada pelo facto deste tipo de coisas ter acontecido", dado que estava ao corrente, insistiu o general Powell.
O ex-secretário de Estado referia-se à polémica suscitada pela existência de aviões fretados pelos serviços secretos norte-americanos (CIA), para transportar alegados suspeitos de actos de terrorismo para países terceiros, que terão feito escala em aeroportos europeus.
"O facto de termos, há anos, posto em prática procedimentos relativos a pessoas responsáveis por terrorismo ou suspeitas de actividades terroristas não é nada de novo ou de desconhecido dos nossos amigos europeus", afirmou o antecessor de Condoleezza Rice.
Ironizando sobre a indignação dos europeus face a esta questão, Powell disse que o faz lembrar "o filme Casablanca, onde o inspector diz: +estou chocado, estou chocado+".
Mas "a maior parte dos nossos amigos Europeus não pode estar chocada" porque estava ao corrente, garantiu Powell, sobre a polémica gerada pelos aviões da CIA que terão transportado suspeitos de terrorismo para países terceiros, nomeadamente para países suspeitos de praticarem a tortura.
Powell não especificou quais os países europeus a que se referia.
Segunda-feira passada, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Jack Straw, afirmou que nenhuma pessoa suspeita de actividades terroristas, transportada por aviões da CIA, transitou em território britânico.
Powell reconheceu na entrevista à BBC que "a posição moral dos Estados Unidos ficou fragilizada devido ao problema da prisão de Abu Ghraib, no Iraque, e à opinião generalizada relativa à prisão de Guantanamo", base norte-americana em Cuba, onde estão pessoas detidas no Afeganistão e no Iraque, algumas há mais de quatro anos, sem julgamento ou acusação."