A MORDER OS CALCANHARES DO PODER

terça-feira, junho 28, 2005

No país da Justiça Social...

Espalhando os Direitos Humanos pelo Mundo...

systemic




"ONU diz que existem «indícios» de que EUA utilizam navios como prisões:

O relator especial da ONU contra a Tortura, Manfred Nowak, denunciou esta terça-feira em Viena que existem «muitos indícios» de que os Estados Unidos utilizam navios de guerra como campos secretos de prisioneiros para presumíveis terroristas."




"EUA detiveram dezenas de muçulmanos sem acusação:

O governo dos Estados Unidos deteve sem acusação formada dezenas de muçulmanos radicados no país, depois dos atentados de 11 de Setembro de 2001, acusaram grupos norte-americanos de defesa dos direitos humanos num relatório divulgado esta segunda-feira."




"Amnistia Internacional denuncia uso da tortura na guerra Contra o terrorismo, apelando aos EUA para abrir inquéritos independentes sobre práticas em curso nos centros de detenções"



"EUA reconhecem casos de tortura infligida a prisioneiros:

Os EUA reconheceram pela primeira vez perante as Nações Unidas casos de tortura infligida aos prisioneiros no Afeganistão, Iraque e na base de Guantanamo, disse esta sexta-feira fonte da ONU."




"Itália- Mandados de captura contra agentes da CIA acusados de rapto:

As autoridades italianas emitiram mandados de captura contra 13 agentes da Agência norte-americana (CIA) acusados de terem raptado em Milão um cidadão egípcio suspeito de terrorismo."





"O respeitável Franck Carlucci"

"O proprietário do Grupo Carlyle, Frank Carlucci, tornou-se «o homem que é necessário conhecer» em Washington. Senta se, com efeito, no conselho de administração de numerosas sociedades e influi notavelmente sobre a política externa e de defesa dos Estados Unidos. De Kinshasa à Tanzânia, passando pelo Brasil e Portugal, foi implicado em vários golpes de Estado. É, ainda hoje, o alter ego de Donald Rumsfeld com quem compartilhou o seu quarto de estudante e conduziu toda a sua carreira na CIA, no Conselho Nacional de Segurança, no Pentágono e nos negócios.
Franck Carlucci



Frank C. Carlucci nasceu em Scranton, Pennsylvania, em 1930, de um talhador de pedra imigrado do sul de Itália, antes de empreender estudos na universidade de Princeton, onde encontrou o jovem Donald Rumsfeld. Os dois estudantes compartilharam um quarto do internato, praticaram a luta juntos e permaneceram, no fim da sua escolaridade, amigos muito próximos.

Frank Carlucci alistou-se seguidamente por dois anos na US Navy, frequentou alguns cursos na Harvard Business School e juntou-se ao Departamento de Estado em 1956. Após dois anos como vice-cônsul e conselheiro económico, em Joanesburgo (África do Sul), e um estágio de seis meses para aprender francês, foi nomeado segundo secretário da embaixada dos Estados Unidos em Léopoldville (Congo­‑Kinshasa), em 1960.

O HOMEM DOS GOLPES TORCIDOS

O país, que será denominado seguidamente Zaire, depois República Democrática do Congo, estava prestes a aceder à independência. Em 27 de Janeiro de 1960, as mesas redondas de Bruxelas fixaram os termos da independência, prevista para 30 de Junho. Carlucci chegou ao terreno em Março. Em Maio, as eleições, sob controlo belga, levaram ao poder o presidente Joseph Kazavubu e o primeiro­‑ministro nacionalista Patrice Lumumba. Diziam-no próximo da União Soviética, e os Estados Unidos inquietaram-se. Além disso, o país foi agitado por violências inter­‑étnicas exacerbadas pela antiga potência colonial belga. A própria filha de Carlucci foi um dia ameaçada com uma baioneta, e ele mesmo apunhalado e detido depois de ter esmagado um ciclista de automóvel. Decidiu no entanto permanecer no país.

Os Estados Unidos tinham com efeito ainda muito a fazer no terreno, e necessitavam largamente de Carlucci. Longe de preencher uma missão diplomática, este era com efeito o homem da CIA em Kinshasa [1]. Após somente dois meses de poder, Patrice Lumumba foi derrubado pelo general Mobutu Sese Seko, o seu sucessor designado por Washington. Mas a ameaça de um contra­‑golpe de Estado levou os Estados Unidos a assegurar-se definitivamente de que Lumumba não pudesse nunca retornar ao poder. Foi Frank Carlucci que foi encarregado de ganhar a confiança do líder nacionalista, enquanto que Washington ordenou a Mobutu que o eliminasse. Patrice Lumumba foi assim detido em Dezembro de 1960 pelos homens do ditador que o fizeram torturar e assassinar, em 17 de Janeiro de 1961, pelos rebeldes katangueses de Moïse Tschombé. Saber­‑se­‑á posteriormente que a ordem veio directamente de Dwight Eisenhower [2] e que o rei Balduino da Bélgica tinha deixado fazer [3].

É difícil determinar com certeza o papel de Frank Carlucci nestes acontecimentos. Mas o assunto continua a ser hoje em dia escaldante. Raoul Peck, realizador de origem haitiana, soube-o por experiência própria. No seu filme Lumumba, uma ficção histórica consagrada ao líder congolês, incluiu um episódio que pôs em cena uma discussão entre diferentes protagonistas que preparavam o seu assassinato. Um deles não é outro que Frank Carlucci, o qual, interrogado sobre a posição de Washington, respondeu: «O governo do meu país não tem o hábito de interferir nos assuntos democráticos de uma nação soberana. Nós respeitaremos a vossa decisão». Aquando da saída do filme nos Estados Unidos, Frank Carlucci pôs tudo em andamento para impedir a divulgação desta cena pela cadeia de cabo HBO, ameaçando nomeadamente Raoul Peck e a sua sociedade de produção, Zeitgeist Film, de acções judiciais. Frente à potência financeira do seu contraditor, o realizador haitiano aceitou então pôr um som beep sobre o seu nome no filme [4].

Não se trata aí do único golpe de veludo atribuído a Carlucci nestes tempos de Guerra fria. Em 1964, foi nomeado primeiro secretário da embaixada de Dar es­‑Salam (Tanganyika e Zanzibar, que se tornou Tanzânia). O país acabava de aceder, ele também, à independência e o presidente Julius Nyerere conduzia­‑o sobre a via do socialismo. Dezoito meses mais tarde, oficiais amotinaram­‑se. Frank Carlucci, acusado de organizar o derrube de Nyerere, foi declarado persona non grata e expulso [5]. É impossível saber hoje de que era acusado precisamente. Tanto mais que, aquando da audição de confirmação pelo Senado de Carlucci para a subdirecção da CIA, as discussões prosseguiram à porta­‑fechada logo que as perguntas abordaram a Tanzânia [6].

Em Abril de 1964, o agregado militar estado-unidense no Brasil, Vernon Walters, organizou o derrube do presidente João Marcos Goulart pelo marechal Castelo Branco. Frank Carlucci foi enviado em reforço para supervisionar o estabelecimento da ditadura militar e o assassinato dos líderes da oposição por esquadrões da morte. Não fez mais mistério, nesse momento, de representar a CIA.

De 1969 a 1974, Carlucci foi afectado a Washington em diversas administrações. Primeiro no Gabinete das Oportunidades Económicas (OEO) da Casa Branca. A pedido do presidente Nixon, o seu amigo Donald Rumsfeld acabava de tomar a direcção demitindo­‑se da Câmara dos Representantes [7], ele tornou-se o assistente. Seguidamente, Carlucci foi nomeado subdirector do Gabinete do Pessoal e do Orçamento (OMB) quando Rumsfeld foi encarregado do Programa de Estabilização Económica [8]. Trabalhou então sob a autoridade de Caspar Weinberger, que seguiu, em 1973, para o departamento da Saúde, da Educação e do Bem-estar, mas conservou ligações com Donald Rumsfeld que deixou Washington para se tornar embaixador na NATO.

Em 1974, Henry Kissinger inquietou-se com a evolução de Portugal. Jovens oficiais acabavam de libertar o país da ditadura de Salazar durante a “revolução dos cravos”. O poder deslizava lentamente para a extrema esquerda do governo militar. Ora, Portugal, com nomeadamente os Açores, era indispensável à NATO. O general Vernon Walters, que se tinha tornado subdirector da CIA, pôs em evidência a incapacidade do embaixador dos Estados Unidos em Lisboa de opor-se ao perigo. Com Donald Rumsfeld, que se tinha tornado director de gabinete do presidente Gerald Ford, convenceu Kissinger a escolher Frank Carlucci para retomar a situação em mão e fê­‑lo nomear novo embaixador em Lisboa. Chamou a si imediatamente os seus antigos colaboradores da CIA no Brasil e fez mesmo vir 80 agentes dos serviços brasileiros. A operação foi frustrada in extremis pelo governo português. Na rádio nacional, Otelo Saraiva de Carvalho, líder histórico da revolução, instou o embaixador dos EUA a deixar o país o mais rapidamente possível [9].

A CONSAGRAÇÃO

A sua carreira de homem da sombra foi finalmente coroada, em 1978, quando foi nomeado subdirector da CIA pelo presidente Jimmy Carter e colocado sob a autoridade do almirante Stanfield Turner. A sua missão era sanear as práticas da Agência. A esse respeito, Carlucci pôs em acção importantes cortes orçamentais para grande danação dos senadores republicanos. Mas aplicou­‑se mais em mascarar as torpezas da Agência do que a pôr­‑lhes termo: instaurou uma legislação limitativa em matéria de desclassificação de documentos públicos e fez votar uma lei exclusivamente destinada a sancionar o ex­‑agente Philip Agee que revelou os golpes torcidos na sua revista Covert Action Quaterly. As intervenções secretas continuaram pois, com um segredo melhor protegido na duração. Assim, teria supervisionado pessoalmente as tentativas de manipulação das Brigadas Vermelhas na Itália e a eliminação do líder democrata-cristão Aldo Moro favorável a uma participação dos comunistas no governo [10]. Transviou-se numa operação de sabotagem no sul do Iémen, finalmente proibida pelo almirante Turner [11].

Em 1981, o presidente Ronald Reagan nomeou Caspar Weinberger secretário da Defesa. Chamou Frank Carlucci para o seu lado, apesar da oposição de certos republicanos que o acusaram de ter servido na administração democrata de Carter. Em conjunto, aplicaram­‑se a desenvolver os orçamentos do Pentágono e a racionalizar as compras. Carlucci tomou ao seu lado um brilhante assistente militar, Colin L. Powell.

Em 1982, Carlucci abandonou as suas actividades políticas pelo mundo dos negócios, e juntou-se a uma sociedade de comércio internacional, a Sears World Trade (SWT), uma sucursal do líder da grande distribuição, Sears-Roebuck. Estranhamente, a sociedade de importação­‑exportação pôs-se então a contratar personalidades republicanas como Curtis Hessler, antigo subsecretário do Tesouro, ou Alan Woods, antigo subsecretário da Defesa, enquanto Donald Rumsfeld (que acabava de se juntar à indústria farmacêutica depois de ter precedido Weinberger no Pentágono) entrava para o conselho de administração. Com efeito, a SWT dispunha ela própria de uma sucursal, o Internacional Planning and Analysis Center (IPAC), que se consagrava ao negócio de armamento [12]. Na sombra, a SWT desempenhava um papel de conselho junto das autoridades estado-unidenses e canadianas para a compra e venda de mísseis anti­‑aéreos, de radares, de jactos e outros equipamentos militares, apoiando-se num think tank, o Hudson Institute. A revista Fortune assegura que a SWT se tornou num pára­‑vento da CIA [13]. A SWT não estava longe quando o seu administrador, Donald Rumsfeld, enviado especial do presidente Reagan, se deslocou a Bagdade para vender armas químicas a Saddam Hussein para combater o Irão dos mullahs.

Num tempo recorde, Frank Carlucci utilizou as suas relações políticas para adquirir uma surpreendente fortuna privada [14], enquanto a Sears perdeu 60 milhões de dólares. Recebia um salário anual de 200.000 dólares, ao qual se acrescentavam diversas comissões, e 735.000 dólares de prémio de partida. Um esquema que prefigurou o que seria o Grupo Carlyle.

Em 1987, em pleno escândalo do Irangate, o presidente Reagan agradeceu ao seu conselheiro nacional de segurança, o almirante John Pointdexter, totalmente queimado pelo negócio [15], e escolheu Frank Carlucci para substituí-lo. Contratou os seus amigos para o Conselho Nacional de Segurança, nomeadamente o general Colin L. Powell, Robert B. Oakley (especialista do terrorismo e antigo camarada de estudos em Princetown), ou ainda o coronel Grant Green (que trabalhou com ele tanto no Pentágono como na SWT). Alguns meses mais tarde, com o Irangate prolongando­‑se, Reagan sacrificou o seu secretário da Defesa, Caspar Weinberger, e escolheu Carlucci para lhe suceder, enquanto Powell se tornou conselheiro nacional de segurança. Reagan acabava de lançar a “guerra das estrelas”. No Pentágono, Carlucci aumentou os créditos de investigação e opôs-se aos tratados de desarmamento com a União Soviética.

JUNTAR O ÚTIL AO AGRADÁVEL

Foi na sequência deste mandato que Frank Carlucci foi recrutado pelo Grupo Carlyle do qual se tornou o director [16]. O leitor consultará a nossa investigação,
O Grupo Carlyle, um negócio de iniciados, para este período. A sociedade de gestão de carteiras envolve um aranzel de personalidades políticas do mundo inteiro, e realiza lucros que confundem. Gere 13 mil milhões de dólares e investiu no domínio dos meios de comunicação social e do armamento até se tornar o 11º fornecedor do Pentágono. Quando o amigo Rumsfeld voltou ao Pentágono, desta vez como secretário da Defesa de George W. Bush, não deixou de desbloquear o projecto Crusader. Este blindado, destinado a substituir o Paladino, tinha sido abandonado pelos militares, que o consideravam inadaptado para os combates do futuro. Foi no entanto em nome da modernização da artilharia que este dispendioso programa, inteiramente nas mãos do Grupo Carlyle, foi reactivado [17].

Frank Carlucci tornou­‑se incontornável. É o homem que é necessário conhecer em Washington [18]. É verdade se discute a sua presença nos conselhos de administração: na Rand Corporation, na Neurogen Corporation, na Kaman Corporation, na Texas Biotechnology Corporation, na United Defense Industries Inc, no United States Military Cancer Institute ou ainda na Academy of Diplomacy.

Entre outras actividades, Frank Carlucci, que já se introduziu na Coreia do Sul graças ao reverendo Moon, teve tempo de presidir à Câmara de Comércio taiwano­‑estado­‑unidense, negociando ao mesmo tempo um contrato de telefonia móvel de 400 milhões de dólares com o presidente da China continental, Jiang Zeming. Movimenta­‑se para acalmar os neoconservadores, sempre prontos a guerrear contra a Coreia do Norte. Mas agita as paixões entre as duas Chinas, exactamente o que é necessário para relançar a corrida aos armamentos. Assim organizou um encontro na cimeira entre Paul Wolfowitz e o seu homólogo taiwanês, Tang Yao-Ming, e um seminário de três dias para vendedores e compradores [19].

Decididamente, que delícia juntar a política e os negócios."

_________
[1] Cf. Louis Wolf e William Vornberger, “Frank Carlucci: Diplomat, Businessman, Spy”, Covert Action Quaterly n° 27, Primavera 1987.
[2] Cf. O testemunho de Robert H. Johnson ante a Comissão senatorial presidida por Frank Church. E Alex Duval Smith,
Eisenhower ordered Congo Killing, The Independant, 14 de Agosto de 2000.
[3] Ver no nosso site as
Conclusions de la Commission d'enquête Parlementaire visant à déterminer les circonstances exactes de l'assassinat de Patrice Lumumba et l'implication éventuelle des responsables politiques belges dans celui-ci estabelecidas pela Câmara dos Representantes da Bélgica em Novembro de 2001.
[4] Lucy Komisar,
Carlucci Can’t Hide His Role in “Lumumba”, Pacific News Service, 14 de Fevereiro de 2002.
[5] Para o detalhe da operação contra Zanzibar, qualificada de “Cuba africana”, consultar: Don Petterson, Revolution in Zanzibar, An American’s Cold War Tale, Westview Press, 2002.
[6] Confirmation hearing of Frank Carlucci III to be Deputy Director of Central intelligence Agency, Senate Select Committee on Intelligence, 27 de Janeiro de 1978.
[7] Donald Rumsfeld foi deputado do Illinois de 1962 a 1969.
[8] Fred Malek, que se juntará ulteriormente ao Grupo Carlyle, sucedê­‑lo­‑á nesta função.
[9] Cf. Frédéric Laurent, L’Orchestre noir, Stock, 1978.
[10] Por iniciativa de Aldo Moro, seis partidos políticos, dos quais os comunistas, tinham formado um “arco constitucional” e tinham assinado um programa comum de governo.
[11] Bob Woodward, “Carlucci Launched CIA Operation in Yemen That Collapsed”, Washington Post de 4 de Dezembro de 1986.
[12] Stuart Auerback, “Sears Tries New Role as Wheelers-Dealers in World Trade”, Washington Post de 9 de Abril de 1984.
[13] Citado por Tim Shorrock, “Company Man”, The Nation de 14 de Março de 2002.
[14] Cf. Rick Atkinson e Fred Hiatt, “Contracting Conducted Over Golden Safety Net”, Washington Post de 31 de Março de 1985.
[15] O almirante Pointdexter foi condenado a seis anos de prisão.
[16] Dan Briody, The Iron Triangle – Inside the Secret World of the Carlyle Group, Wiley, 2003.
[17] Julian Borger, “Bush Billions Will Revive Cold War Army”, The Guardian de 6 de Fevereiro de 2002.
[18] “Who’s the man to see in Washington?”, Chicago Sun-Times de 5 de Maio de 2003.
[19] Ver a investigação de Tim Shorrock no Asia Times de 19 e 20 de Março de 2002: “EUA-Taiwan: The guiding hand of Frank Carlucci” e “Carlyle’s tentacles embrace Asia”.



MEYSSAN, Thierry, "O respeitável Franck Carlucci", Réseau Voltaire, 11 de Fevereiro de 2004.

in. www.infoalternativa.pt.vu

terça-feira, junho 21, 2005

Já agora...privatizem o AR

água


"Governo quer mais capitais privados no sector da água"

segunda-feira, junho 20, 2005

E querem eles governar-nos???

Ele bem disse que ia arranjar 150 mil empregos...

Quando já se julgava não ser possível bater Santana Lopes quanto à utilização abusiva das nomeações para cargos públicos, eis que José Sócrates consegue fazer algo de extraordinário, atingindo uma média de 13 nomeações por dia!!! É 'à grande'! Isto é tudo deles!!!




"Sócrates bate Santana com mais de mil nomeações em dois meses e meio"

segunda-feira, junho 13, 2005

Os maravilhosos efeitos do neoliberalismo selvagem

poverty4


"Metade das crianças do mundo sem bens essenciais:

Milhões continuam a viver sem água, educação e saúde, ou simplesmente sem ter onde viver e o que comer."





"Países ricos têm 50 milhões de crianças pobres, diz ONU


Segundo o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), o número de crianças vivendo em estado de pobreza aumentou em 17 dos 24 países mais ricos do mundo durante a década de 90.

A pesquisa trabalhou com dados de países integrantes da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE).

Deste grupo de nações, os Estados Unidos e o México são os que têm mais crianças pobres --em ambos, a população infantil vivendo abaixo da linha de pobreza supera 20% do total.

(...)O documento classifica como um mito a ideia de que a pobreza infantil vem sendo erradicada no mundo desenvolvido."

Entretanto...no país real...

A descarada ofensiva do grande capital

Banqueiro



E não querem mais nada?

Que tal pedirem o extermínio definitivo da classe-média (ou do que dela resta)?


A estupidez no seu expoente máximo


Já diz o povo: quem não deve, não teme.
Qual será o receio deste Sr.? Ataque à Economia de Mercado? Fugiu-lhe a boca para a verdade: pois é, efectivamente esta dita economia funciona na base de esquemas, fuga ao fisco, lavagem de capitais, etc, etc etc.
Quanto ao facto de estar tudo tão calado,este néscio tem toda a razão. Num país que não fosse de tão 'brandos costumes', já se teria feito justiça a sério e corrigido o desnivelamento existente entre os lucros da banca e a vergonhosa miséria da esmagadora maioria da população.

sexta-feira, junho 10, 2005

Definição de Bastardo

Cartaz-Jumento-16


in. www.jumento.blogdrive.com

quinta-feira, junho 09, 2005

Os grunhos em delírio

"Os deputados do PSD no Parlamento da Madeira aplaudiram hoje de pé as declarações de Alberto João Jardim, que no sábado passado afirmou estar a ser alvo de uma campanha liderada por "alguns bastardos" e "filhos da puta" do continente.

(...)"A Assembleia Legislativa da Madeira congratula-se com o modo, mais uma vez firme, como o presidente do Governo Regional denunciou comportamentos na comunicação social de Lisboa, os quais atentam contra os direitos, liberdades e garantias dos portugueses", lê-se no voto de congratulação aprovado pela maioria PSD."

A isto chamo TERRORISMO SOCIAL

"Recusar emprego poderá dar direito a fim de subsídio"




Este governo pseudo-socialista neoliberal, prossegue a sua imparável saga de ataque aos indefesos do costume, ao mesmo tempo que nomeia os amigos para cargos remunerados principescamente. Como é obvio, estas pessoas que agora são tomadas como alvo, para além de se verem obrigadas a aceitar qualquer tipo de merda de emprego,seja a que preço for, e que ficam completamente à mercê de patrões sem escrúpulos, não dispõem das cunhas e do tráfico de influências de que gozam os lorpas que fazem este tipo de leis socialmente terroristas.

"A dança dos 'Superboys'"

"Enquanto a nova lei não chega, o Executivo de José Sócrates vai nomeando gente todos os dias. Dos 894 despachos já publicados, 110 não dizem respeito a pessoal de gabinetes ministeriais.


Ainda não passaram três meses desde que José Sócrates tomou posse e já emitiu 894 nomeações. Dessas, 784 são para os gabinetes dos governantes e 110 são para institutos, programas operacionais, direcções-gerais, unidades de missão ou mesmo conselhos de administração de empresas como a Docapesca. Para apresentar os números que aqui se publicam, a VISÃO foi contando e estudando diariamente os despachos á medida que eles iam saindo em Diário da República (DR). As quase 900 nomeações assinadas neste período foram publicadas em 36 DRs, o que dá uma média de 24,8 despachos por edição.
Ao chegar ao Governo, Sócrates fez saber que não avançaria com nomeações enquanto não houvesse uma lei clara sobre os cargos de confiança política e os de carreira. O primeiro-ministro deu a entender que, voluntariamente, o seu Executivo ficaria numa espécie de período de gestão, nomeando apenas as pessoas estritamente necessárias para o funcionamento da máquina.
Só que a lei ainda não conheceu a luz do dia, ao contrário das nomeações para diversos organismos públicos. Os actuais gestores da Intervenção Operacional da Educação e Saúde, os conselhos directivos do IAPMEI, ICEP,ITP,INFTUR,INPI,CMVM e PRIME, o novo director-nacional da PSP, dirigentes dos Recursos Florestais, do LNEC, do IEFP, do IGFSE, e das direcções - regionais da Educação foram todos escolhidos depois de Sócrates ter prometido contenção.
Na última reunião de governantes, foi ainda proposto que se retomasse a regra de ser o executivo a escolher os presidentes das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional.

Mais despachados que despachos


O número de pessoas despachadas para os mais diversos cargos pelos actuais governantes é, no entanto, superior ao número de despachos emitidos, uma vez que alguns diplomas dizem respeito a 3, 9 ou 16 elementos. Um deles, assinado pelo ministro da Saúde, nomeia de uma só vez os 17 membros do Grupo Técnico para a Reforma dos Cuidados de Saúde Primários e respectivo grupo de apoio complementar e consultivo.
Dá-se ainda o caso de, quando o assunto são empresas com participação estatal, as nomeações não poderem ser contabilizadas por não passarem pelo DR. O que não significa que fiquem no segredo dos deuses.
Nos últimos dias, a comunicação social deu conta de várias «escolhas» desse tipo. Nuno Cardoso, ex-presidente da Câmara Municipal do Porto, foi indicado para administrador das águas de Portugal. Luís Nazaré, um socialista com currículo na área da comunicação, vai presidir ao conselho de administração dos CTT.
Fernando Gomes, por seu turno, será administrador da Galp com o pelouro do petróleo e do imobiliário, passando a movimentar-se numa área de negócio para a qual o próprio se mostrou surpreendido. Ainda na Galp, foram reconduzidos José Penedos, Pina Moura e Eduardo Fernandes (todos do PS).
A oposição, pela boca de Jerónimo de Sousa, já disse – no contexto das últimas «nomeações»- que é «mais uma dança, não dos boys, mas dos superboys».
Uma leitura atenta das nomeações do XVII Governo Constitucional permite descobrir ainda alguns colaboradores de anteriores governantes do PS – um pormenor que costuma irritar a oposição.
Alexandre Rosa – socialista com vasto currículo político – foi escolhido para vice-presidente do Instituto e Emprego e Formação Profissional. Entre outras funções, desempenhou o cargo de adjunto de Jorge Coelho (na altura ministro adjunto), foi secretário de Estado da Administração Pública e chefe de gabinete do Grupo Parlamentar do PS.
Também Alexandra Figueiredo, assessora do actual secretário de Estado da Educação, foi indicada, a 18 de Maio, para presidente da comissão Instaladora da Direcção-Geral de Formação Vocacional. Alexandra já tinha integrado o gabinete do secretário de Estado da Educação de Durão Barroso.
Este exemplo demonstra que o actual Governo não premiou só colaboradores de antigos governos do PS. Patrícia Pincarrilho, chefe de gabinete de Costa Neves (ministro da Agricultura do último Executivo) foi para conselheira técnica na REPER, em Bruxelas. Nuno Brito, assessor diplomático de Durão Barroso e Santana Lopes, é agora director-geral dos Assuntos Comunitários.”


SAPAGE, Sónia, “ A dança dos Superboys”, Visão, nº639, 2005, pp.56-58.

quarta-feira, junho 08, 2005

"War is Business"

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Despesas militares superaram um bilião de dólares em 2004



"As despesas militares mundiais ultrapassaram o bilião de dólares em 2004, tendo os EUA contribuído com mais de metade dessa verba, informa o relatório anual do Instituto Internacional de Investigação para a Paz (SIPRI), sedeado na Suécia.

No total, as despesas militares chegaram a 1,035 biliões de dólares (841 mil milhões de euros) no ano passado, ou seja, um aumento de 8% em relação a 2003, o que representa 162 dólares gastos por cada habitante do planeta.

Só os EUA contribuíram com 47% da verba total. O orçamento de defesa da administração de George W. Bush deu cobertura ao esforço militar no Iraque.
Este novo forte crescimento das despesas militares, depois de uma subida de 11% em 2003, não eleva, no entanto, o orçamento de defesa no mundo a um nível recorde. Segundo o instituto, aquele era maior no final dos anos 80, ainda com a «guerra fria».

As despesas norte-americanas com a defesa aumentaram muito entre 2002 e 2004 devido à importante verba canalizada para a «guerra mundial contra o terrorismo», principalmente no Afeganistão e no Iraque.

«A primeira explicação do nível actual (...) das despesas militares mundiais é dada pelo montante das operações militares no estrangeiro efectuadas pelos EUA e, de forma menos acentuada, pelos seus aliados na coligação», diz o relatório.
A amplitude das despesas a que o governo Bush tem de fazer face é consequência da sua decisão de entrar em guerra com o Iraque apesar do frágil apoio que conseguiu, nomeadamente das Nações Unidas, esclarece o relatório.

«Os Estados Unidos estão hoje dotados de um poder supremo (...) mas o seu campo de acção no Iraque acabou limitado pela falta de apoio institucional», escreve Alyson Bailes, directora do instituto, no relatório."

sexta-feira, junho 03, 2005

Absolutamente ridículo...

CDS defende dia para embriões :

O CDS-PP propôs ontem a criação de um "dia mundial da criança por nascer" com o objectivo de sensibilizar a opinião pública para a necessidade de o Estado dar protecção legal à "vida humana e intra-uterina"

A MINORIA PRÓSPERA E A MULTIDÃO INQUIETA V

PRIVATIZAM-SE OS LUCROS...


A Caixa Geral de Depósitos (CGD) registou um aumento de 21,7% nos resultados líquidos do primeiro trimestre deste ano, face ao período idêntico do ano passado, atingindo os 163,1 milhões de euros.



Euronext sobe lucro trimestral em 7,35%: resultado líquido do grupo Euronext aumentou em 7,35% no primeiro trimestre, para os 43 milhões de euros


Lucros trimestrais do BPI crescem 35,3%: O BPI lucrou 69,6 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano




SOCIALIZAM-SE AS PERDAS...



Desemprego e taxas de juro vão aumentar


Salários vão sofrer cortes


A taxa de desemprego em Portugal deverá aumentar no próximo ano para 7,7%, uma tendência de subida também seguida pela inflação que passa para 2,9%


Desemprego em Portugal só vai diminuir a partir de 2008


Governo lança apelo para uma forte moderação salarial: trabalho e salários devem crescer menos que produtividade. Famílias pagarão mais pelos produtos.

Eles Mandam!

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Recomendo a consulta deste site, que permite entender de forma inequívoca algumas das coisas que se vão passando neste mundo.


AQUI

Os Direitos dos trabalhadores: um tema para arqueólogos?

"Mais de noventa milhões de clientes vão semanalmente às lojas da Wal-Mart. Os seus mais de novecentos empregados são proibidos de filiar-se em qualquer sindicato. Quando algum deles pensa em sindicalizar-se, passa a ser um desempregado a mais. A bem-sucedida empresa nega sem dissimulação um dos direitos humanos proclamados pela Organização das Nações Unidas: a liberdade de associação. Sam Walton, o fundador da Wal-Mart, recebeu em 1992 a Medalha da Liberdade, uma das mais altas condecorações dos Estados Unidos.

Um em cada quatro adultos norte-americanos, e nove em cada dez crianças, engolem no McDonald’s a comida de plástico que os engorda e torna obesos. Os trabalhadores da McDonald’s são tão desprezados como a comida que servem: cortados pela mesma máquina, eles também não têm direito de sindicalização.

Na Malásia, onde os sindicatos operários ainda existem e actuam, as empresas Intel, Motorola, Texas Instruments e Hewlett Packard conseguiram evitar essa doença. O governo da Malásia declarou "união livre", livre de sindicatos o sector electrónico.

Também não tinham nenhuma possibilidade de sindicalizar-se as mais de cento e noventa operárias que morreram queimadas na Tailândia, em 1993, no barracão trancado por fora onde fabricavam os bonecos da Rua Sésamo, Bart Simpson e os Muppets.

George Bush Jr. e Al Gore coincidiram, durante a campanha eleitoral do ano passado, na necessidade de seguir impondo ao mundo o modelo norte-americano de relações trabalhistas. "Nosso estilo de trabalho", como ambos o chamaram, é o que está marcando os passos da globalização que avança com botas de sete léguas e penetra até nas mais remotas terras do planeta.

A tecnologia que aboliu distâncias, agora permite que um operário da Nike na Indonésia tenha que trabalhar 100 mil anos para ganhar o que ganha, num ano, um executivo da Nike nos Estados Unidos, e que um operário da IBM nas Filipinas fabrique computadores que ele jamais poderá comprar.

É a continuação da época colonial, numa escala jamais conhecida. Os pobres do mundo seguem cumprindo as suas funções tradicionais: proporcionam braços baratos e produtos baratos, ainda que actualmente fabriquem bonecos, ténis, computadores ou instrumentos de alta tecnologia, além de produzir, como antes, arroz, café, açúcar e outras coisas malditas para o mercado mundial.

Desde 1919 foram assinados 183 acordos internacionais que regulam as relações de trabalho em todo o mundo. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), desses 183 acordos, a França ratificou 115, a Noruega 106, a Alemanha 76 e os Estados Unidos...catorze. O país que encabeça o processo de globalização só obedece às suas próprias ordens. Dessa forma, garante suficiente impunidade para as suas grandes corporações lançadas à caça de mão-de-obra barata e à conquista de territórios que as indústrias sujas podem contaminar a seu bel-prazer. Paradoxalmente, esse país que não reconhece outra lei além da lei do trabalho fora da lei, é o que agora diz que não haverá outra saída senão incluir "cláusulas sociais" e de "protecção ambiental" nos acordos de livre comércio. O que seria da realidade sem a publicidade que a mascára?

Essas cláusulas são meros impostos que o vício paga à virtude com o rótulo de relações públicas. Mas a simples menção dos direitos dos trabalhadores arrepiam os cabelos dos mais fervorosos advogados do salário de fome, da carga horária esticada ao máximo e da demissão livre. Desde que Ernesto Zedillo deixou a presidência do México, ele passou a integrar as direções da Union Pacific Corporation e do consórcio Procter & Gamble, que opera em 140 países. Além disso, Zedillo chefia uma comissão das Nações Unidas e difunde os seus pensamentos através da revista Forbes. Em idioma tecnocrático, indigna-se contra a "imposição de acordos colectivos de trabalho nos novos acordos comerciais". Traduzindo: vamos deitar ao lixo toda a legislação internacional que ainda protege os trabalhadores. O presidente aposentado cobra para pregar a escravidão. Porém, o principal executivo da General Motors diz mais claramente: "Para competir é necessário espremer os limões". Os factos são factos.

Diante as denúncias e os protestos, as empresas lavam as mãos: eu não fui. Na indústria pós-moderna, o trabalho já não está concentrado. Os subcontratados fazem 75% das partes dos automóveis da Toyota. De cada cinco operários da Volkswagen no Brasil, só um é empregado da empresa. Dos 81 operários da Petrobras mortos em acidentes de trabalho nos últimos três anos, 66 estavam ao serviço de empresas subcontratadas que não cumprem normas de segurança. Através de 300 empresas subcontratadas a China produz metade de todas as bonecas Barbie para as meninas do mundo. Na China, sim, há sindicatos, mas eles obedecem a um Estado que em nome do socialismo se ocupa da disciplina da mão-de-obra. "Nós combatemos a agitação operária e a instabilidade social para assegurar um clima favorável aos investidores", explicou recentemente Bo Xilai, secretário-geral do Partido Comunista.

O poder económico está mais monopolizado do que nunca, mas os países e as pessoas competem no que podem: vamos ver quem oferece mais em troca de menos; vamos ver quem trabalha o dobro em troca de metade. À beira do caminho estão a ficar os restos das conquistas arrancadas por dois séculos de lutas operárias em todo o mundo.

As plantas «maquilhadoras» do México, América Central e Caribe, que por algum motivo se chamam "sweat shops", crescem a um ritmo muito mais acelerado que a indústria no seu conjunto. Oito em cada dez novos empregos na Argentina estão sem nenhuma protecção legal. Nove em cada dez novos empregos na América Latina correspondem ao "sector informal", um eufemismo para dizer que os trabalhadores estão na mão de Deus. A estabilidade no emprego e os demais direitos dos trabalhadores serão, em breve, um tema para arqueólogos? Nada mais que recordações de uma espécie extinta?

No mundo ao avesso, a liberdade oprime: a liberdade do dinheiro exige trabalhadores presos no cárcere do medo, que é a maior prisão de todas as prisões. O deus-mercado ameaça e castiga, como já sabe qualquer trabalhador, em qualquer lugar. O medo do desemprego que serve para que os patrões reduzam os custos de mão-de-obra e multipliquem a produtividade é hoje em dia a fonte de angústia mais universal. Quem está livre do pânico de ser incluído nas longas filas dos que procuram trabalho? Quem não teme converter-se num "obstáculo interno", para dizer segundo as palavras do presidente da Coca-Cola que, há um ano e meio, explicou a demissão de milhares de trabalhadores dizendo "eliminamos os obstáculos internos"?

A última pergunta: diante da globalização do dinheiro, que divide o mundo entre domadores e domados, será possível internacionalizar a luta pela dignidade do trabalho? Pequeno desafio. "
GALEANO, Eduardo, "Os direitos dos trabalhadores: um tema para arqueólogos?", La Jornada.