A MORDER OS CALCANHARES DO PODER

quarta-feira, março 15, 2006

"Faz o que eu digo, não faças o que eu faço" ou o paradigma da hipocrisia.



"O Reino Unido e os EUA estão a desenvolver uma nova ogiva nuclear em segredo, o que poderá constituir uma violação ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear segundo revelou o jornal «Sunday Times», causando uma agitação não só na oposição mas também no Partido Trabalhista britânico.

De acordo com o referido jornal, os cientistas britânicos iniciaram os trabalhos para o desenvolvimento da nova arma na Atomic Weapons Establishment, em Aldermaston, logo após a reeleição do primeiro-ministro Tony Blair, em Maio passado, e diz-se que estarão mais avançados na investigação do que os seus colegas americanos que trabalham no mesmo projecto, segundo publica hoje o «Correio da Manhã».

O objectivo é produzir uma ogiva mais simples com componentes já usados para evitar acusações de violação da proibição de testes nucleares. Conhecida pelo nome de Reliable Replacement Warhead (Ogiva de Substituição Credível), ela está a ser desenvolvida de forma a poder ser testada em laboratório e não por detonação. «Temos de construir algo que nunca poderemos testar e que tem de ser absolutamente credível. Tem que funcionar bem, quando for usada», terá afirmado ao «Sunday Times» uma fonte britânica.

Se nos EUA esta revelação não suscitou qualquer problema, no Reino Unido agitou os ânimos, tanto mais que o executivo de Tony Blair tinha assegurado que não fora tomada qualquer decisão sobre a substituição dos mísseis balísticos intercontinentais «Trident». Refira-se que um programa de substituição proposto estava orçado em 10 mil milhões de libras, acrescenta o CM.

Trabalhistas e liberais britânicos acusam o governo de introduzir o programa sem um debate parlamentar. «Os mísseis «Trident» vão durar mais 20 anos. E quem vamos confrontar? E assim como podemos nós pregar a não-proliferação a países como o Irão?», questiona, indignado, o deputado trabalhista Paul Flynn."



HIPOCRISIA:

do Gr. hypocrisia, forma poética de hypócrísis, desempenho de um papel no teatro, dissimulação


s. f.,
impostura, fingimento;

manifestação de virtudes ou sentimentos que realmente se não tem.